A Noite dos Assassinos: um grito de liberdade no CAE da Figueira da Foz

Para comemorar o 50.º aniversário do 25 de Abril, o Teatro Experimental de Cascais (TEC) prepara-se para apresentar um ciclo de textos que foram outrora proibidos pela Censura. Entre eles destaca-se “A Noite dos Assassinos”, uma obra revolucionária escrita por José Triana, que o TEC produziu em 1973 com encenação de Jorge Listopad. Infelizmente, a peça foi proibida no dia do ensaio geral e nunca chegou a ser encenada. Esta iniciativa é também uma homenagem aos intérpretes da época, Maria do Céu Guerra, Manuela de Freitas e Sinde Filipe, bem como ao encenador Jorge Listopad, assim como todos os artistas que foram silenciados pela Censura.

Esta produção estará em exibição no Grande Auditório no dia 14 de Outubro, às 21h30. A duração prevista é de 2 horas. Os bilhetes têm um custo de 15 euros, sendo que para escolas do concelho e associações/colectividades locais o valor é de 5 euros.

A obra leva-nos até 1950, em Cuba, antes da Revolução de 1959. A trama desenrola-se no sótão da casa de três irmãos, Cuca, Beba e Lalo, enquanto encenam o assassinato dos próprios pais. À primeira vista, parece ser uma metáfora dramática do clima político e social vivido no país naquela época, focando-se no conflito geracional entre pais e filhos. No entanto, para o TEC, esta metáfora vai além, conectando-se com temas universais e actuais. Num mundo caótico e instável, três irmãos lutam pela sua sobrevivência através de jogos de representação.

A encenação da peça conta com a visão de Carlos Avilez, a cenografia e figurinos de Fernando Alvarez, o desenho de luz de Daniel Worm d’Assumpção, e a componente sonora a cargo de Hugo Neves Reis. A produção está a cargo de Raul Ribeiro, e no elenco destacam-se Elmano Sancho, Flávia Gusmão e Teresa Coutinho.