A Câmara de Coimbra vai pedir uma reunião com carácter de urgência que junte trabalhadores dos Transportes Urbanos de Coimbra, Município e Governo para resolver o problema da carreira dos motoristas, afirmou o presidente da autarquia.
“Os trabalhadores solicitaram-nos que pedíssemos ao Governo uma reunião conjunta e, naturalmente, estamos disponíveis para isso e vamos fazê-lo. Estamos todos do mesmo lado e queremos que os trabalhadores sejam justamente remunerados”, disse o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva.
O autarca falava aos jornalistas no final de uma reunião com trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que cumpriam o primeiro de dois dias de greve em Fevereiro, de uma luta que se deverá estender até Setembro, mês em que deverão realizar-se as eleições autárquicas.
Segundo José Manuel Silva, a Câmara está empenhada no processo e acredita que, face à disponibilidade do Governo, poderá haver “conclusões positivas”.
Em Dezembro, a Câmara de Coimbra entregou ao Governo um parecer fundamentado para a atribuição de um suplemento salarial aos motoristas, disse José Manuel Silva, afirmando que o documento está “em análise séria da parte do Governo”.
Aos jornalistas, José Manuel Silva reiterou que a luta dos trabalhadores é justa, referindo que na reunião procurou mostrar a vontade da Câmara em resolver o problema e as acções que tem tido nesse sentido.
“A greve depende dos trabalhadores e nós também entendemos que os trabalhadores estão a dar força à autarquia na condução deste processo. Todos nós queremos que este processo chegue a bom termo e, portanto, cada um fá-lo-á à sua maneira”, disse.
José Manuel Silva mostrou-se confiante de que todos os dias de greve marcados – são 44 até Setembro – poderão não cumprir-se, acreditando que haja novidades a curto prazo, depois do parecer enviado à Secretaria de Estado da Administração Pública em Dezembro.
No final da reunião, o delegado sindical do STAL (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional) nos SMTUC, João Soares, afirmou aos jornalistas que não ficou satisfeito, referindo que a greve irá manter-se.
Sobre a reunião a três com o Governo com uma proposta de suplemento para motoristas, João Soares disse que os trabalhadores pretendem saber o que o Governo “pensa do suplemento pedido pela Câmara”.
Apesar disso, João Soares vincou que a sensibilidade do Governo para a matéria não é suficiente para os trabalhadores, exigindo datas e respostas concretas.
“Sem uma resposta concreta, vamos manter a nossa greve”, disse, recordando que é fundamental tornar a carreira dos motoristas dos SMTUC mais atractiva, que sofre de falta de pessoal.
O STAL considera ainda que seria possível aplicar o suplemento de penosidade e insalubridade, que não estaria dependente do Governo, mas um parecer do Departamento Jurídico da Câmara de Coimbra considera que essa medida não tem fundamento legal.