Estudantes de Coimbra rejeitam acusações de arrombamento em ocupação de edifício devoluto

O grupo de estudantes responsável pela ocupação simbólica de um edifício devoluto da Universidade de Coimbra, ocorrida a 25 de Abril, rejeitou ontem (16) as acusações de arrombamento feitas pela Reitoria da instituição. Em conferência de imprensa, os representantes dos 29 estudantes identificados no processo afirmaram que a ocupação decorreu de forma ordeira e pacífica, destacando que as portas do antigo edifício dos Serviços Médicos estavam abertas.

Maria João, estudante de psicologia, considerou as queixas da Reitoria “desadequadas” e argumentou que, dado o estado devoluto do edifício, não houve danos morais. A estudante salientou que o relatório policial não evidencia arrombamento e sublinhou a falta de transparência e comunicação da Reitoria com o grupo.

A acção estudantil teve como objectivo chamar a atenção para a falta de alojamento e o direito à habitação. Os estudantes sublinharam a necessidade de destinar edifícios devolutos para habitação e a concretização de promessas de habitação social. O grupo reiterou a luta pelos direitos habitacionais, citando a Constituição da República Portuguesa.

A Reitoria, em resposta, afirmou que o edifício está fechado devido a condições estruturais frágeis, aguardando reabilitação. Os estudantes foram alertados sobre a situação de perigo, mas não acederam ao pedido de saída voluntária, levando à intervenção das autoridades para garantir a segurança e desocupação do espaço.

O caso reflecte as tensões entre os estudantes e a instituição em relação às condições de alojamento, destacando a necessidade de soluções efectivas para a problemática habitacional no ambiente académico.