Investigadores lançaram um projecto inovador em Utrecht com o objectivo de avaliar o risco de insuficiência cardíaca de forma personalizada. Financiado pelo Horizonte Europa, este projecto reúne 16 parceiros da Europa, Peru e Tanzânia, com a intenção de desenvolver uma solução confiável de Inteligência Artificial para essa avaliação. A liderança está a cargo do Netherlands Heart Institute, enquanto Portugal é representado pela SHINE 2Europe.
A SHINE 2Europe é uma empresa localizada na região Centro de Portugal, dedicada à promoção de comunidades inclusivas para todos os cidadãos. Com mais de 20 projectos europeus em andamento, a empresa procura desenvolver soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas.
O projecto, intitulado AI4HF | Trustworthy Artificial Intelligence for Personalised Risk Assessment in Chronic Heart Failure, teve início em 6 de Junho em Utrecht, Países Baixos. Nessa ocasião, diversos investigadores reuniram-se para delinear as estratégias iniciais de desenvolvimento do projecto.
A SHINE 2Europe esteve presente com a investigadora Miriam Cabrita e a CEO Carina Dantas, que afirmou, em nome da equipa, o entusiasmo em liderar os trabalhos de Inovação Social dentro do projecto. Ela ressaltou a importância de dar voz aos doentes, profissionais de saúde, cuidadores, responsáveis políticos, investigadores e engenheiros especializados em Inteligência Artificial. O objectivo é desenvolver uma ferramenta confiável e útil, capaz de chegar às pessoas e melhorar a qualidade de vida.
Em Portugal, a Insuficiência Cardíaca é uma das principais, senão a principal, causa de mortalidade. Estima-se que entre 500.000 a 600.000 pessoas possam sofrer com essa doença. No entanto, os dados actualizados para 2023 ainda não estão disponíveis, uma vez que o último estudo foi realizado há mais de 20 anos, quando cerca de 400.000 pessoas eram afectadas pela doença. A Sociedade Portuguesa de Cardiologia está a preparar novos dados que serão divulgados no próximo ano. Estima-se que ocorram cerca de 5.000 mortes por dia devido à Insuficiência Cardíaca em Portugal. Infelizmente, os doentes tendem a subestimar os sintomas dessa doença silenciosa, o que resulta na negligência do tratamento adequado.