O Festival Caminhos do Cinema Português vai exibir 162 filmes entre o Teatro Académico de Gil Vicente, a Casa do Cinema de Coimbra, Auditório Salgado Zenha e o Convento de São Francisco.
“Alma Viva”, o filme que vai representar Portugal nos Óscares, integra o cartaz do Festival Caminhos do Cinema Português, que decorre em Coimbra de 5 a 19 de Novembro.
No cartaz constam também os filmes “Fogo Fátuo”, de João Pedro Rodrigues, “Mato Seco em Chamas” (Joana Pimenta e Aderley Queirós), recentemente premiados no Festival de Cinema do Rio de Janeiro.
Realizado pela luso-francesa Cristèle Alves Meira, “Alma Viva” passa-se em Trás-os-Montes (onde a realizadora tem raízes) e envolve temas como a emigração e as diferenças sociais. Ana Padrão, Pedro Lacerda, a francesa Jacqueline Corado e a belga Catherine Salée integram o elenco do filme que estará em exibição no Teatro Académico de Gil Vicente a 17 de Novembro.
“Mato Seco em Chamas”, a exibir a 18 de Novembro, venceu o Prémio Especial do Júri e o de Direcção de Fotografia, para Joana Pimenta, no Rio de Janeiro. Já “Fogo Fátuo”, que estará em exibição a 12 de Novembro, recebeu uma menção especial do júri dos prémios Félix, que reconhecem obras com a temática LGBTQI+, no mesmo evento.
Da Selecção Caminhos fazem ainda parte outros filmes premiados internacionalmente, como “Ice Merchants”, animação de João Gonzalez, que venceu, este ano, o Prémio de Melhor Curta-Metragem da Semana Crítica do Festival de Cannes.
A Selecção Ensaios este ano irá pela primeira vez ser exibida no Teatro Académico de Gil Vicente. A organização aposta em dar o maior palco do festival ao futuro do cinema português que competirá com estudantes de escolas de todo o mundo. Portugal está representado com 22 filmes em 53, numa selecção onde estão presentes realizadores já consagrados como Leonardo Martinelli ou Jakub Prysak.
As sessões das Selecções Caminhos e Ensaios decorrerão de 12 a 18 de Novembro no TAGV.
Na Selecção Outros Olhares destacam-se os documentários “Cesária Évora”, em que é mostrado o impacto da doença bipolar na cantora cabo-verdiana, “Um Corpo Que Dança”, de Marco Martins, e ainda “Onde fica Esta Rua? ou Sem Antes nem Depois”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata. Esta secção tem exibições de 6 a 11 de Novembro, na Casa do Cinema de Coimbra, às 21h30.
Já a Secção Filmes da Lusofonia é dedicada aos 200 anos da independência do Brasil, tendo as películas um retracto diverso da sociedade e história brasileira. As curtas “Saindo com estranhos da Internet”, “Sideral” ou “Portugal Pequeno” e as longas “Alan”, “Kevin”, “O Bom Cinema” ou “Do Amor ninguém escapa” integram esta selecção.
O Festival Caminhos do Cinema Português abre a 5 de Novembro, com a estreia mundial de “Histórias Selvagens”, de António Campos, (1978) no ano do centenário do seu nascimento. “Histórias Selvagens”, exibido em cópia restaurada pela Cinemateca Portuguesa, conta no elenco com actores como Márcia Breia, Cremilda Gil e João Lagarto, tendo sido filmada na região de Montemor-O-Velho.
Outros destaques do festival passam pela projecção de várias cópias restauradas como “A Praga”, de José Mojica Martins, “Eles não usam black tie” de Leon Hirszman, ou Pixote, de Hector Babenco.
No total, serão exibidos 162 filmes, seleccionados entre cerca de 700 candidatos, num festival que, nos últimos cinco anos, teve uma média de 15.000 pessoas a participar nas diversas actividades.