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Freguesia da Pampilhosa celebra 35 anos de elevação a vila

8 de Julho 2020 Jornal Campeão: Freguesia da Pampilhosa celebra 35 anos de elevação a vila

A 09 de Julho de 1985 a freguesia de Pampilhosa, no concelho da Mealhada, foi elevada à categoria de vila, uma data que este ano não será comemorada como previsto mas que quer continuar a fazer jus ao seu apelido “Farol de Cultura”.

A promoção da vila, das suas gentes e tradições é o grande objectivo do Executivo da freguesia este ano, uma vez que não será possível realizar qualquer manifestação cultural, nem mesmo a tradicional “Pampiarte”, que deveria decorrer por esta altura.

Este evento, que iria para a sua XVI edição, é um dos pontos altos do ano na vila, e está integrado nas festas da padroeira – Santa Marinha. As restrições devido à covid-19 não permitem estas iniciativas, contudo, a divulgação da Pampilhosa enquanto território é uma forma de assinalar esta época.

“Este ano não quisemos esquecer a data, até porque é um número redondo, daí querermos divulgar a vila e, brevemente sairá um vídeo promocional da Pampilhosa na nossa página”, revelou Rosalina Nogueira, actual presidente da Junta de Freguesia.

Hoje, a vila da Pampilhosa vive um momento de maior pacatez, depois de ter sido uma zona de grande agitação com indústrias de barro e outras que ali laboravam, mas que acabaram por se extinguir. Actualmente é mais um dormitório das suas cidades mais próximas: Coimbra, Mealhada e Aveiro.

No entanto, a excelente localização da vila, perto de boas acessibilidades ferroviárias e rodoviárias, permite que seja cada vez mais procurada para viver, sendo “uma localidade onde as pessoas encontraram a tranquilidade e habitações a preços mais económicos do que nas cidades à volta”, nota a autarca.

Assim, a “Pampilhosa tem potencial para investimento industrial/económico, com as boas acessibilidades, onde a ferrovia converge entre a linha do Norte e a linha da Beira Alta, para além da proximidade com acessos à Autoestrada A1, IC2, IP3 e A14. Está dotada de equipamentos escolares e desportivos, extensão de saúde, IPSS´s, comércio local diversificado e farmácia, igrejas de várias confissões religiosas, sendo um pólo rico em associativismo com 13 associações sediadas na freguesia”, nota.

35 anos de vila e uma aldeia com vários séculos

Aquando da sua elevação a vila, em 1985, ao abrigo da Lei 67/85, de 25 de Setembro; era então presidente da Junta de Freguesia João Matos de Oliveira, que tinha como secretário Antonino Alves Pessoa e tesoureiro Delfim Soares de Oliveira.

Diz a história que a população da Pampilhosa era, até ao século XVIII, diminuta e subsistia da agricultura e da pecuária.

A aldeia pertenceu ao concelho de Coimbra até à década de 50 do século XIX e só pelas alterações do Decreto de 31 de Dezembro de 1853 ao Código Administrativo de 1842, a freguesia da Pampilhosa deixa o seu vínculo secular ao concelho de Coimbra e é integrada no concelho da Mealhada.

A primeira referência encontrada acerca de existência de uma Junta de Paróquia na Pampilhosa remonta a 1849, sendo presidente o Sr. Manuel José Christina. No entanto, três anos antes, em 1846, surgem as primeiras evidências relativas à organização administrativa da Pampilhosa num documento da Administração do concelho de Coimbra, em que é nomeado como substituto do regedor da Paróquia da Pampilhosa, o Sr. Agostinho José de Mello.

Em termos de vínculos administrativos com Coimbra, estes foram definitivamente quebrados em 1855 (decreto de 24 de Outubro) quando o concelho da Mealhada é integrado no distrito de Aveiro, deixando de pertencer ao de Coimbra.

Nos finais do século XIX, princípios do século XX, a vida desta pequena aldeia foi completamente transformada com a chegada dos caminhos-de-ferro, e com a construção da linha da Beira-Alta, em 1889. Com esta excelente via de comunicação, a indústria implantou-se dando uma nova vida à população da Pampilhosa. Assim cresceu enormemente, proliferando as indústrias de cerâmica, transformação de barro, metalúrgica e madeira.

Em 24 de Junho de 1983, é proposta a elevação da Pampilhosa a vila, por iniciativa do Grupo Parlamentar do PCP, que apresenta à Assembleia da República o projecto-lei n.º 123/III, de 22 de Junho, justificando tal facto pela “dimensão populacional da povoação de Pampilhosa (…), o maior centro populacional do concelho da Mealhada”, pelo “desenvolvimento económico desta povoação, sobretudo no domínio das indústrias de cerâmica, madeiras e metalomecânica ligeira ser um dos maiores entroncamentos ferroviários do país” e ainda pelo “seu equipamento social, cultural e desportivo”.