Carlos Moedas, engenheiro civil e ex-comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, foi, hoje (07), distinguido com o Prémio Universidade de Coimbra 2020.
Apesar das diversas candidaturas ao Prémio, “algumas de pessoas importantes e relevantes de várias áreas”, a escolha do júri por Carlos Moedas foi unânime, dada a altura que atravessa, quer na própria Universidade, quer na vida do antigo comissário, que recentemente deixou o cargo que ocupou entre 2014 e 2019.
“O engenheiro Carlos Moedas destacou-se nas áreas da Cultura e da Ciência, sendo uma figura notável prestígio a nível nacional e internacional”, revelou o reitor da UC, Amílcar Falcão, durante o anúncio público do vencedor, admitindo que Carlos Moedas era “o candidato melhor posicionado este ano”.
O timoneiro da UC destacou, ainda, o papel fundamental que o ex-comissário teve na condução do programa-quadro “Horizonte 2020” e, tendo deixado o cargo na União Europeia, preparou o futuro com o lançamento do novo programa (para os próximos 12 anos): o “Horizonte Europa” – que terá início em Janeiro de 2021.
Carlos Moedas “teve uma intervenção e impacto enormes nas políticas europeias”, frisou Amílcar Falcão, confidenciando que o ex-comissário, ao saber da novidade, “ficou bastante emocionado, grato e orgulhoso”. Para ele, este é “um reconhecimento com muito valor”, citou o reitor.
Natural de Beja, Moedas é licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, tem um MBA pela Harvard Business School e fez carreira como economista. Foi secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro no XIX Governo Constitucional (de 2011 a 2014) e, nomeado depois como Comissário Europeu para a Investigação, Inovação e Ciência (entre 2014 e 2019), onde se distinguiu nos últimos anos, influenciando claramente o panorama do Ensino Superior em Portugal e em todo o continente europeu.
Actualmente, Carlos Moedas é administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, membro do Conselho de Administração do Instituto Jacques Delors, membro do Conselho Consultivo da Iniciativa “Futuros da Educação” da UNESCO e membro do Conselho Consultivo do projecto “Reimagine Europa”.
O galardão, no valor de 25 000 euros, e que distingue anualmente uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por “uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência”, será entregue a 01 de Março, durante a sessão solene comemorativa dos 730 anos da UC.
Outros nomes como a classicista Maria Helena da Rocha Pereira, o crítico gastronómico José Quitério, o antigo reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, o cineasta Pedro Costa, o músico e compositor António Pinho Vargas, a cientista Maria de Sousa, o químico Adélio Mendes, e, em 2019, o fundador da Critical Software Gonçalo Quadros, entre muitos outros, foram já distinguidos com este mesmo prémio.
Instituído em 2004, e contando actualmente com o patrocínio do Santander Universidades e o apoio do Jornal de Notícias, o Prémio Universidade de Coimbra tem como júri: Amílcar Falcão (presidente do júri e reitor da UC); Inês Oom de Sousa (administradora do Banco Santander-Totta) e Domingos de Andrade (director do Jornal de Notícias) – vice-presidentes do Prémio. Nesta edição participaram como vogais Catarina Resende de Oliveira (Universidade de Coimbra); Conceição Bento (Escola Superior de Enfermagem de Coimbra); Cristina Canavarro (Universidade de Coimbra), Esmeralda Dourado (TAP Air Portugal); João Gabriel Silva (Universidade de Coimbra), José Cardoso Bernardes (Universidade de Coimbra); Rui Santos Ivo (Infarmed) e Teresa Mendes (Universidade de Coimbra/ Instituto Pedro Nunes).
O anúncio do vencedor do Prémio Universidade de Coimbra serviu, ainda, para Amílcar Falcão ressalvar a importância da UC actualmente em várias áreas.
“A Universidade de Coimbra é líder nacional nas áreas da investigação e da inovação, ocupando o lugar cimeiro entre todas as instituições e empresas portuguesas, quer no número de patentes submetidas, quer na captação de fundos europeus ao abrigo do ‘Horizonte 2020’”, pelo que, reforçou, a escolha “só poderia recair numa personalidade que se notabilizou enquanto embaixador das políticas públicas de ciência na Europa”-
“O Carlos Moedas representa, de forma clara, a imagem e a estratégia da Universidade de Coimbra”, afirmou o reitor.
“O legado deixado pelo ex-comissário – de contributo inequívoco para o necessário salto nas condições para a Europa fazer novas descobertas científicas – justifica plenamente esta escolha unânime por parte do júri”, acrescentou.