Uma investigação do jornal Financial Times revela uma situação “baixa”, mas que se passa ao mais alto nível, com as chamadas “big for”, as quatro maiores empresas de auditoria e consultoria – KPMG, EY, PwC e Deloitte.
Só em 2016, as multinacionais ganharam contratos de oito milhões de euros da Direcção-Geral de Fiscalidade e União Aduaneira da Comissão Europeia para realizarem estudos sobre várias questões fiscais e já este ano 10,5 milhões de euros para a realização de estudos comparativos.
O jornal britânico fala em “conflitos de interesse”, já que as gigantes prestam aconselhamento fiscal a diversas empresas, muitas delas identificadas em investigações como o Lux Leaks, os Panama Papers ou os Paradise Leaks.
“Quem fica a fazer figura de parvo é a Comissão Europeia. Deviam fazer melhor que convidar as raposas para conhecer as medidas de segurança do galinheiro”, afirmou o professor Karthik Ramanna, da Universidade de Oxford, citado pela publicação.
É que as consultoras têm sido alvo de críticas pelo papel de intermediárias entre vários Estados-membros e multinacionais para fazerem acordos fiscais que lhes permitem pagar montantes de imposto muito baixos.
Nota-se, também por cá, que o BES foi ao fundo, enquanto a empresa certificadora de contas, uma das “big for”, dizia que no banco estava tudo conforme…