O ex-Presidente dos USA, Barack Obama, vem a Portugal, mais propriamente ao Porto, no próximo dia 06.
Participará numa conferência sobre alterações climáticas, a “Climate Change Leardship Porto Summit 2018”. Falará, entre as 14h00 e as 15h00.
Obama discursará e responderá a 25 perguntas selecionadas de uma plateia de cerca de 3 000 pessoas.
Até aqui tudo na maior das ordens e a preceito, já que se trata de um tema tão necessário debater quão da mais elevada acuidade.
O pior, o pior é o que subjaz a esta presença.
O ex-Presidente americano vem – não se engasgue – receber com esta sua rápida e meteórica presença, a de falar uma hora e responder a 25 questões, uma soma que considero um ultraje à pobreza, aos que se debatem pelos problemas ambientais de uma forma gratuita, exercendo a sua cidadania, além de não primar pela conduta que nos habituámos a observar no seu consulado político.
Mas dizia, vem receber o montante altíssimo de 500 000 euros.
Estou pasmado, atordoado e sem palavras.
Continuo a ser ingénuo.
Porque pensava eu que o clima e os seus problemas é daqueles temas que precisa de voluntários para o debater, para o projectar, para atitudes e acções de sensibilização, para o abordar em consciência cívica e humana e, ainda, para o tratar com a disponibilidade pessoal e profissional que a grave situação que atravessamos o exige.
Levar 500 mil euros para vir abordar as mudanças climáticas, as suas consequências e solicitar políticas a governos para que se estanquem as causas e, também, promover, junto dos cidadãos, planos para que se deixe de sujar tanto, de circular demais com os nossos automóveis e de reciclar tudo quanto precipite a poluição ambiental, é um desaforo.
Jamais acreditaria que Barack Obama pudesse servir-se do seu ex-cargo e da sua imagem política para embolsar umas valentes notas de euro, ademais quando o assunto é tão caro a toda a humanidade.
E se mal pergunto: Quem paga a este senhor?
Vivemos um tempo sem amor à camisola, com desapegos a temas instantes para todos nós e certificado pelas notas que se possam arrecadar à conta de umas tantas organizações que vão vivendo à custa das benesses de governos, de instituições, de fundações e de tantas organizações mundiais que sobrevivem com os impostos de quase todos nós, os viventes num planeta a morrer pela mudança das condições climatéricas e, também, pelas alterações da ética, da deontologia e da capacidade de servir a humanidade.
E, infelizmente, são os que mais têm ou recebem, como este ex-político, que se apresentam, aqui e ali, para “botar” faladura, que cobram altas taxas para deixarem opinião.
Não acredito, mas é verdade… Fazia Obama outra pessoa.