O nazismo e o estalinismo são pesadelos da Humanidade que julgávamos absolutamente erradicados do panorama universal, mas que os pseudo-arautos da democracia – que, de resto, nunca a praticaram nem sabem praticar, desde logo porque são idiossincraticamente seus adversários – retomaram uma perigosa escalada contra a paz, contra os sagrados valores dos direitos humanos, contra a transitada independência das nações, contra os princípios nucleares da convivência dos povos e do intercâmbio civilizacional, contra o progresso económico-financeiro, contra a estabilidade geopolítica, contra a segurança tecnológica e comunicacional, contra a livre circulação de pessoas e bens, contra o solidário intercâmbio empresarial…
A vergonhosa e inaceitável invasão perpetrada pela Rússia liderada por um implacável ditador contra o Estado soberano e independente da Ucrânia, que interrompe um aparentemente estabilizado período de paz na Europa, representa um aviltante e vergonhoso acto de cobarde privilégio da força física e material sobre a dignidade humana e os valores da liberdade e da democracia.
Uma única consolação importa registar, qual seja a de que tal agressão uniu o Mundo no indignado e revoltado repúdio de tal inadmissível uso da força sem qualquer tipo de legitimidade, com a tradicional e não surpreendente excepção daqueles que se igualam na negação dos nucleares princípios do humanismo, da liberdade e de democracia e de que são paradigmáticos e infelizes exemplos os regimes políticos da Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Irão e também alguns insignificantes partidos políticos de cariz anti-democrático.
(*) Advogado