Entretido com a responsabilidade de assumir a presidência do Conselho da União Europeia, sucedendo à Alemanha a partir de 01 de Janeiro, António Costa encontra-se em apertos quanto à governação de Portugal.
Estão aí as eleições para Presidente da República e com o apoio implícito que deu à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa (PSD) não se livrará de uma contenda, como líder do PS, dada a candidatura de uma socialista, Ana Gomes.
Tentando passar pelos “pingos da chuva”, o primeiro-ministro aposta na chegada das vacinas anti-covid-19 e da “bazuca” de fundos europeus, para se sentir uma recuperação do país, mas os possíveis efeitos só se irão sentir lá para diante.
António Costa deve estar desejoso da chegada do Natal e do Fim-de-Ano porque no Governo as coisas não estão nada bem. A começar pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que desde Março só acordou agora para o que realmente significa o homicídio do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa. E tem de ouvir e calar em relação às palavras de Joacine Katar Moreira, após esta dizer que “ninguém está ilibado do ambiente de impunidade e omissão que caracterizaram durante meses e meses o assassinato”.
Por desembrulhar está também a questão da TAP, onde o ministro Pedro Nuno Santos já foi desautorizado pelo primeiro-ministro sobre a apresentação do plano de reestruturação ao Parlamento, entretanto enviado para Bruxelas. Com a perspectiva de o Estado injectar 3,7 mil milhões de euros até 2024, vai ser o bom e o bonito convencer-nos, como contribuintes, dos benefícios da reversão da privatização da TAP.