As paixões nos Governos são como na vida real. Trata-se de um sentimento intenso, envolvente, com entusiasmo, um desejo forte, mas durante algum tempo, e depois… passa.
Foi assim que tivemos a “paixão pela Democracia”, a “paixão pela Europa”, “paixão pela Educação”, a “paixão pela Saúde”, a “paixão pelo Simplex”, a “paixão pela Troika” e, agora, a “paixão pela Habitação”.
Nesta pré-campanha eleitoral, o Governo lançou o programa de reabilitação de património público para arrendamento acessível, que já passou a fase das pessoas com “baixos recursos” e, agora, de acordo com o ministro Pedro Nuno Santos, há mais imóveis do Estado para a classe média (a que vota no centrão).
Sobre o debate do estado da Nação, que ocorre hoje, as frases são elucidativas e dispensam comentários.
PAN: “A recuperação de rendimentos, a estabilidade da solução governativa à esquerda e as preocupações ambientalistas foram a marca da legislatura”.
Os Verdes: “Este Governo criou uma certa obsessão com o défice, foi muitas vezes mais papista que o papa, procurando fazer bonito para Bruxelas, mas pondo em causa investimento fundamental que era determinante fazer no país”.
CDS/PP: “Portugal viveu na ilusão do fim da austeridade, o Governo do PS carregou nos impostos indirectos, ou invisíveis, e deu com uma mão para tirar com uma e meia”.
PCP: “O PS não quis ir mais longe”.
BE: “O país ficou melhor do que estava em 2015”.
PSD: “Foram quatro anos de ‘reality show’ e sem governação”.
PS: “Foram quatro anos com uma experiência inovadora que valeram a pena”.