Coimbra  29 de Novembro de 2023 | Director: Lino Vinhal

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UC conclui que recuperar as florestas ardidas pode custa mais de 23 milhões de euros

13 de Novembro 2023 Jornal Campeão: UC conclui que recuperar as florestas ardidas pode custa mais de 23 milhões de euros

Os investigadores do Departamento de Ciências da Vida (DCV), da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra (FCTUC), fizeram um estudo, tendo sido concluído que os serviços de dispersão de sementes na recuperação das florestas ardidas podem ter um custo de 23 milhões de euros por ano.

O estudo foi realizado na sequência do projecto “Life After Fire”, que surgiu devido aos incêndios de 2017, em Portugal, e cujo objectivo é estudar a importância da dispersão de sementes na recuperação de florestas após um incêndio.

Sérgio Timóteo, investigador do DCV e líder do projecto, revela que com o estudo “concluímos, além do valor económico dos serviços de dispersão de sementes, que apesar da esmagadora maioria das espécies não depender exclusivamente da dispersão de sementes por animais, para cerca de um terço dessas plantas a dispersão é uma forma de voltarem a colonizar estas zonas ardidas”.

Explica ainda que, quando ocorrem incêndios de grande dimensão, como os de 2017, “é necessário fazer algum tipo de intervenções em algumas áreas, principalmente no que se refere à estabilização de solos, às vezes até evitar recolonização por espécies invasoras. Isto tudo são acções activas, ou seja, implicam acções humanas”.

“Estimamos o valor económico do serviço de dispersão de sementes biótica, ou seja, por animais, no restauro pós-fogo em Portugal. Combinamos os custos orçamentados dos Relatórios de Estabilização de Emergência governamentais com análises de redes que estimam a dependência da flora portuguesa da dispersão biótica de sementes e de estratégias alternativas de regeneração pós-fogo”, afirma o líder do projecto.

“A substituição dos serviços prestados pelos dispersores de sementes durante a regeneração pós-incêndio das florestas portuguesas custaria mais de 23 milhões de euros por ano, destacando a necessidade de políticas integradoras que promova, florestas resilientes”, conclui.