O PCP de Coimbra defende que a Câmara Municipal não espere mais e ponha já a funcionar o gabinete de apoio aos eventuais afectados pela passagem da linha de alta velocidade pelo concelho.
“A Concelhia do PCP exige que o Executivo municipal deixe de empurrar com a barriga e, desde já, ponha a funcionar o gabinete de apoio, dando a conhecer a sua constituição e os seus fins”, afirma a estrutura partidária.
O PCP de Coimbra considera fundamental que “cada pessoa afectada conheça antecipadamente as condições para expropriações, sem que ninguém fique com menos condições de habitação devido a este processo”, e defende a necessidade de se encontrarem soluções que melhorem a mobilidade em São Martinho do Bispo, Ribeira de Frades, Taveiro, Ameal e Arzila, as localidades que serão mais afectadas pelo projecto da linha de alta velocidade.
No dia 2, quando questionada sobre esta matéria pelo vereador da CDU Francisco Queirós, a vereadora com a pasta dos transportes e mobilidade, Ana Bastos, explicou que o gabinete de apoio já está “predefinido”, não tendo ainda entrado em funcionamento por se estar à espera da saída da declaração de impacte ambiental (DIA), que se estima que aconteça no final de Outubro.
“Não faz sentido estarmos já a receber pessoas quando o trajecto ainda não foi devidamente definido ou aprovado previamente”, explicou, na altura, a vereadora.
Ana Bastos realçou que “só faz sentido esse apoio ser disponibilizado a partir do momento em que fiquem conhecidos os trajectos seleccionados para a linha de alta velocidade no concelho”.
“Temos estado em contacto directo com a Infraestruturas de Portugal e, nessa altura, com a saída da DIA, entraremos em acção e divulgaremos os respectivos contactos com este gabinete. O objectivo é disponibilizar serviços de apoio jurídico e de apoio de acção social”, frisou a vereadora.
Apesar das explicações dadas no dia 2, o PCP considerou agora que o gabinete de apoio “tarda em começar sem que nada o justifique, deixando as pessoas afectadas sozinhas perante a enorme magnitude desta situação”.
“Não é necessário que se conheça o traçado definitivo da linha para que se comecem a procurar soluções que respondam às necessidades de apoio às populações e às medidas de compensação dos prejuízos individuais ou colectivos que se venham a verificar nas freguesias de Ribeira de Frades, São Martinho do Bispo, Taveiro, Ameal e Arzila”, vincou.
O PCP defendeu ainda que, “seja qual for o resultado, não pode haver prejuízo material para as pessoas”. “Quem tem casa tem de continuar a ter casa”, acrescentou.
A consulta pública ao traçado da linha de alta velocidade entre Oiã (Oliveira do Bairro) e Soure terminou com um total de 996 participações, num processo que motivou críticas de autarquias e habitantes.
Durante a consulta pública, o Município de Coimbra defendeu o trajecto que afecta menos casas, com a vereadora a admitir que a passagem da linha de alta velocidade poderá atingir um total de 63 habitações no concelho.