A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) deu hoje parecer desfavorável à transferência de competências relativas ao sector da protecção e saúde animal, bem como da segurança dos alimentos, por discordar do tratamento diferenciado dado aos médicos veterinários.
No final da reunião do Conselho Directivo, o presidente da ANMP Manuel Machado, considerou “inaceitável” que o diploma consagre que os “médicos veterinários só sejam municipais na despesa”, mantendo-se independentes da estrutura política municipal.
“Os trabalhadores municipais têm hierarquia, integram uma organização e serviços, e não aceitamos de modo nenhum o que aparece no diploma, que dá autonomia aos médicos veterinários relativamente à hierarquia municipal”, sublinhou o também autarca de Coimbra.
“Se o presidente de Câmara é responsável, tem de ter poderes de execução das operações aprovadas e desencadeadas”, continuou, sublinhando que de outra maneira, “não é exequível e cria dependência bicéfala, inconsequente e perniciosa”.
“O diploma foi apreciado e a ANMP está a transmitir para o Governo a veemente discordância sobre a opção do legislador e, obviamente, o parecer desfavorável tomado por unanimidade no Conselho Directivo”, vincou.
Além disso, Manuel Machado considera que os médicos veterinários municipais têm de integrar os quadros das respectivas câmaras e desempenhar as funções no âmbito das ‘Grandes Opções do Plano’ em termos de planeamento e actividades e das dotações orçamentais.
Para o autarca, o diploma proposto pelo Governo “seria um retrocesso enorme, que cria problemas, quando a preocupação dos municípios é tratar da saúde animal e protecção e segurança dos alimentos”.
Na sua opinião, a alteração ao diploma “é fundamental, sob pena de ficar inoperante”, realçando, ainda, que os médicos veterinários “têm de integrar o mapa de pessoal e integrar-se na hierarquia dos serviços municipais, nos termos da lei geral” da função pública.