José Tolentino de Mendonça, cardeal, ensaísta, poeta e teólogo, é o vencedor da edição deste ano do Prémio Universidade de Coimbra (UC), que será entregue na próxima segunda-feira (01), na sessão solene comemorativa do 731.º aniversário da UC.
Segundo Amílcar Falcão, reitor da instituição, o Cardeal é “uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social inclusiva” que se destacou demais “pela figura inquestionável que é no plano nacional e internacional”.
O Prémio, que distingue anualmente uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência, tem o valor de 25 000 euros, e que pela primeira vez, será dividido em duas partes, sendo 10 000 euros para o vencedor e 15 000 euros para uma bolsa de investigação numa área que será determinada pelo mesmo.
“Tratando-se de quem se trata, acreditamos que será, certamente, de uma área de exclusividade, de resposta às necessidades da sociedade num ano tão difícil como o que estamos a viver e em que a “Humanidade”, que é o tema da XXIII Semana Cultural da Universidade de Coimbra, fica muito bem representada com um premiado desta qualidade”, declarou Amílcar Falcão.
Com uma vasta carreira académica, o laureado com o Prémio UC junta uma riquíssima obra cultural e sobretudo literária que já lhe permitiu ser distinguido com vários prémios, dos quais inclui poesia, ensaios e peças de teatro.
Tolentino Mendonça, nasceu em Dezembro de 1965, em Machico, na ilha da Madeira, foi ordenado padre 1990 e começou por exercer funções enquanto sacerdote na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento no Funchal, entre 1992 e 1995.
Em Lisboa, foi capelão durante cinco anos na Universidade Católica Portuguesa, esteve na paróquia de Santa Isabel e, entre 2010 e 2018, foi reitor da Capela do Rato.
Entre 2004 e 2014, Tolentino Mendonça foi o primeiro director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, então criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, para promover o diálogo entre a Igreja e o meio cultural nacional.
Tolentino Mendonça foi nomeado, a 26 de Junho de 2018, bibliotecário e arquivista da Biblioteca e Arquivo Apostólicos da Santa Sé pelo Papa Francisco.
Após ter sido ordenado Cardeal, em Outubro de 2019, voltou a fazer parte do Conselho Pontifício da Cultura, de que tinha sido consultor até à sua nomeação como arquivista e Bibliotecário da Santa Sé.
O poeta foi em 2020 presidente da Comissão das Comemorações do Dia de Portugal, com uma marcante intervenção, que, entretanto, foi publicada no livro “O que é amar um País”.