O vigário-geral da diocese de Coimbra, padre Pedro Miranda, manifestou-se, hoje, satisfeito e aliviado pelo arquivamento do processo que investigava alegados abusos sexuais de menores por parte de um sacerdote da Igreja Católica.
“Ficámos aliviados, quer pela investigação civil [que determinou o arquivamento], quer a da nossa parte, que teve o mesmo resultado”, referiu Pedro Miranda à Agência Lusa.
O caso remonta a Julho de 2015 e foi suscitado num blogue anónimo na Internet, que acusava um sacerdote da Diocese de Coimbra e outros sacerdotes de outras dioceses de abuso sexual de menores.
O vigário-geral lamenta o “alarme gratuito e injustificado” decorrente das acusações, mas nega que tenha existido “preocupação ou insegurança” na comunidade. “Havia plena confiança no sacerdote em causa, que é muito respeitado pela comunidade”, sublinhou.
Num texto publicado no semanário “Correio de Coimbra”, Jornal da Diocese, Pedro Miranda afirma que o Ministério Público determinou o arquivamento do processo, “por inexistência de indícios mínimos para a credibilidade da acusação levantada”. O mesmo destino [o arquivamento] teve um processo conexo àquele – contra os desconhecidos autores do blogue que lançou a suspeita – “por não ser possível identificá-los”.
“A Diocese vem tornar público que também a sua investigação teve o mesmo resultado e a mesma decisão de arquivamento, desfecho que, nos termos das normas eclesiásticas em vigor, foi já comunicado à congregação romana competente”, adianta o padre.
“Ao mesmo tempo que vem tornar público o resultado das suas diligências, a Diocese deseja também manifestar que a presunção da inocência, sob a qual, desde o início, o processo de averiguação se conduziu, passou de presunção a certeza moral”, escreve ainda Pedro Miranda.
O responsável diocesano lamenta, ainda, quer pela Diocese, quer pelo sacerdote visado nas suspeitas, a “perturbação gratuita e estéril da relação de confiança entre os sacerdotes e o povo que servem”.
Na altura em que o caso foi revelado, o vigário-geral tinha apelado, em comunicado, à denúncia de situações concretas de pedofilia na Igreja, após terem surgido desconfianças acrca da prática de abusos sobre menores por um membro do clero.
Na mesma altura, a Polícia Judiciária anunciou a abertura de uma investigação a eventuais casos de pedofilia na Igreja, na sequência do comunicado divulgado pela Diocese de Coimbra.