O Tribunal de Coimbra vai começar a julgar, a 03 de Dezembro, um camionista de 43 anos acusado de atropelar mortalmente o antigo amante da ex-mulher, em 2014, na freguesia da Tocha, em Cantanhede.
O julgamento vai decorrer no Tribunal de Cantanhede, sendo o arguido, a morar em França, acusado de um crime de homicídio qualificado.
O motorista de pesados é acusado de atropelar mortalmente com um camião da empresa onde trabalhava o antigo amante da sua ex-mulher, também funcionário na mesma firma, por volta das 04h45, de 17 de Setembro de 2014, refere a acusação a que a agência Lusa teve acesso.
Segundo o Ministério Público (MP), o arguido estava casado desde 2001, tendo tido conhecimento em Junho de 2014 de que a sua mulher mantinha uma relação extraconjugal com a vítima, também funcionário da mesma empresa, situada na Tocha.
No Verão desse mesmo ano, a sua ex-mulher confirmou-lhe que tinha tido uma relação extraconjugal com a vítima, mas que a relação tinha terminado e que o antigo amante, inconformado com a decisão, continuava a abordá-la sobre o fim da relação, quando esta fazia o percurso de casa para o trabalho e vice-versa, contou o MP.
A 17 de Setembro, por volta das 04h00, o arguido deslocou-se da sua casa para o local de trabalho, tendo no percurso avistado a vítima, que se encontrava ao lado do seu carro, estacionado na berma da Rua dos Pereirões, na Tocha.
O arguido terá suspeitado que a vítima esperava que a sua, na altura, mulher saísse do local de trabalho (terminava o turno às 05h00).
Chegado à empresa, o camionista pegou num veículo pesado de mercadorias, que nessa noite deveria ser conduzido até à localidade de Lages, e alterou o trajecto para passar pela rua onde tinha avistado a vítima.
Por volta das 04h45, ao chegar ao local, o arguido aproveitou o facto de a vítima estar de costas para a via onde circulava e terá guinado o volante do camião, invadiu a berma da estrada e embateu de frente contra o homem.
A vítima foi projectada e posteriormente colhida pelo camião, tendo só ficado imobilizada a 25 metros do local onde tinha ocorrido o embate, tendo acabado por falecer cerca de uma hora depois, relata o MP.
O Ministério Público sublinhou que a rua onde o acidente ocorreu era uma recta, havia boas condições de visibilidade e iluminação pública, não chovia e não foram registadas quaisquer marcas de travagem por parte do camião.