Francisco Manuel Relva Pereira deixa marca na Grécia com estreia de “Terra Viva”

O grupo de compositores europeus “Musica pro populo”, com destaque para a participação de Francisco Manuel Relva Pereira, natural de Ançã-Cantanhede, apresentou ao público grego uma estreia musical em Lixouri, Kefalonia. Especializados na criação de música para bandas beneficentes, o grupo revelou a mais recente composição intitulada “Terra Viva”. Através de quatro peças musicais, esta obra presta homenagem às vítimas do poderoso terremoto que abalou Kefalônia em 1953, marcando o septuagésimo aniversário deste evento. O compositor português contribuiu para a obra com um movimento intitulado “Memórias”.

A prestigiada Banda Sinfónica da Escola Pallis de Lixouri, sob a batuta do maestro Charalampos Makris, teve a honra de trazer esta nova obra ao público, numa actuação que ocorreu a 12 de Agosto.

Vale a pena recordar que o projecto “Musica pro populo” surgiu durante a pandemia, através da plataforma de redes sociais Facebook. Quatro compositores musicais de diferentes países – Grécia (Charalampos Makris), Itália (Ílio Volante), Espanha (Francisco José Rosal Nadales) e Portugal – uniram-se para criar a obra musical “Suite2020”. Esta peça foi destinada a angariar fundos para associações ligadas às artes, cultura e, sobretudo, saúde, com o intuito de auxiliar aqueles afectados pela pandemia de covid-19. Desde a estreia da “Suite2020”, o grupo continuou a colaborar, incluindo a peça “Sin+fonia pela Paz”, apresentada em Abril em Portugal, como contribuição para a resolução do conflito russo-ucraniano, e agora, “Terra Viva”.

A “Musica pro populo” destaca-se pela criação de obras originais, baseadas em contextos culturais específicos, utilizando materiais e sonoridades próprias de cada país. Apesar desta diversidade, a linguagem musical é universal, adaptando-se tanto a bandas como a orquestras de sopros.

Por sua vez, o compositor português Relva Pereira possui um currículo notável. Além da sua carreira militar como músico do Exército, actuou como professor no Conservatório de Música de Coimbra, na Fundação INATEL e na Típica da Associação Académica. Além disso, dirigiu a Banda de Música de Ançã, Vila Nova de Poiares, Ressurreição de Mira, Arganil e a União de Músicos de Mira. Actualmente, lidera a Banda de Santana, é responsável pedagógico na Academia de Música António Fragoso e possui licenciatura em Estudos Artísticos, mestrado em Direcção de Orquestras de Sopros e doutorado em Música pela Universidade de Coimbra.