O autarca José Simão (PSD) imputou, hoje, prepotência a Manuel Machado (PS) por causa da “municipalização” da Feira Popular de Coimbra.
A “municipalização” consiste no ingresso gratuito do público, em ano de eleições autárquicas, materializando-se a medida camarária ao abrigo de um contrato interadministrativo outorgado pela principal autarquia de Coimbra e pela União de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas (UFSSCV).
“Manuel Machado quase me obrigou a assinar um acordo, mas a outorga não tem fundamento legal”, afirmou José Simão, que assistiu à saída do presidente da Câmara de Coimbra de uma sessão da Assembleia Municipal logo que o congénere da Junta da UFSCCV começou a usar da palavra.
Para o certame, de 30 de Junho a 16 de Julho, a Câmara conimbricense desembolsa cerca de 50 000 euros.
Simão dirigiu-se a Machado chamando-lhe, por exemplo, venerável, epíteto que nada tem a ver com o estatuto do prefeito na Maçonaria a avaliar pelas palavras do presidente de Santa Clara e Castelo Viegas.
O atributo de venerável e o de excelência prendem-se, segundo José Simão, com o facto de Manuel Machado ter mandado enviar uma mensagem à UFSCCV a anunciar a inutilização de correspondência para a praça de 08 de Maio que não seja endereçada ao líder do Município.
Uma directora de departamento da Câmara Municipal alvitrou que Manuel Machado abrisse os cordões à bolsa acerca da Feira Popular.
Em ano de eleições, com um adjunto de Machado, José Carlos Clemente (PS), a candidatar-se a timoneiro da UFSCCV, Rosa Batanete sugeriu que a CMC desembolse 50 000 euros para haver entradas gratuitas no certame.
Independentemente daquela medida, a Câmara concede ao evento cerca de 20 000 euros a título de apoios prestados pela Divisão de Ambiente (7 158,80 euros) e por outras unidades orgânicas da principal autarquia de Coimbra (Serviço de Polícia Municipal incluído).