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Exposição de Ana Vidigal inaugurada no Convento São Francisco

24 de Abril 2022 Jornal Campeão: Exposição de Ana Vidigal inaugurada no Convento São Francisco

A criação Ana Vidigal, “Como é Antigo o Passado Recente”, foi ontem à tarde inaugurada no Convento São Francisco. A artista, Ana Vidigal, e o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, marcaram presença na inauguração desta exposição, que faz parte da programação convergente da quarta edição da Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra.

Na memória descritiva da exposição, a artista Ana Vidigal salienta que ao ver a sala do Convento São Francisco imaginou-se “dentro de uma das minhas caixas de memórias alheias, submersa em centenas de papeis vegetais grosseiramente dobrados, mas delicadamente desenhados a lápis por uma das minhas avós, a materna, com os elementos decorativos que me aconchegaram a infância dourada e a conturbada adolescência, nos lençóis da minha cama de solteira”.

“Eu pinto sobre o Tempo, e este seria um Tempo de perdas pessoais e de solidões acompanhadas, de análise de felicidades fugazes, como que tomando consciência que tinha entrado no mês de Setembro da minha existência”, destaca ainda a artista.

“A artista Ana Vidigal (Lisboa, 1960) apresenta a surpreendente instalação Como é Antigo o Passado Recente”, destaca, por sua vez, o curador Hugo Dinis. “Ocupando todas as paredes do espaço expositivo com a ampliação de imagens do seu arquivo pessoal, a artista questiona os acontecimentos presentes à luz de um passado histórico recente. Ao amplificar a imagética doméstica – fotografias familiares, desenhos de bordados, banda- desenhada, recortes de revistas, entre outras imagens – como se de uma fotonovela se tratasse, a instalação imersiva Como é Antigo o Passado Recente amplia o horror da guerra e das pessoas que dela sofrem”, salienta, concluindo que “através da proliferação das fotografias e vídeos de guerra e a sua fácil acessibilidade, a inquietante obra de Ana Vidigal confronta o espectador e instiga-o a tomar uma posição e a sair da neutralidade, onde a empatia será, porventura, o único lugar possível”.

A mostra fica patente até dia 26 de Junho, podendo ser visitada gratuitamente, de quarta a segunda-feira, das 15h00 às 20h00.

Recorde-se que a Anozero é uma iniciativa coorganizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), CM Coimbra e Universidade de Coimbra, com a curadoria de Elfi Turpin e Filipa Oliveira.