Lídia Pereira, eurodeputada natural de Coimbra e eleita pelo PSD, questionou, hoje, Chirstine Lagarde no Parlamento Europeu.
A pergunta foi sobre se os países da zona euro que possuem dívidas públicas elevadas, como é o caso de Portugal, estão a fazer o necessário para aproveitar o clima favorável resultante da combinação da descida das taxas de juro com a compra de activos.
Lagarde está indigitada pelo Conselho Europeu para suceder a Mario Draghi enquanto presidente do Banco Central Europeu e a nomeação deverá ser confirmada até ao final de Outubro.
Em resposta à eurodeputada social-democrata, Lagarde recordou a frase que proferiu em Lisboa, em Março passado, que “é preciso reparar o telhado enquanto o sol brilha”, referindo que, “infelizmente, muitos países ficam apenas pelos discursos e não adoptam realmente medidas”.
Chirstine Lagarde alertou para ameaças resultantes de factores externos, como o “comércio internacional, o brexit, riscos geopolíticos e as alterações climáticas, que exigem medidas no curto-prazo”.
Lídia Pereira revelou-se preocupada com o papel do Euro enquanto moeda de reserva da Libra, uma criptomoeda da iniciativa de várias empresas tecnológicas, e questionou Lagarde sobre “qual a sua posição sobre o equilíbrio necessário entre a estabilidade do sistema e o incentivo à inovação nos serviços financeiros”.
A ainda presidente do Fundo Monetário Internacional sinalizou a importância da questão e referiu que os “governadores dos bancos centrais não podem fechar os olhos e fazer de conta que as coisas vão ficar iguais para sempre”, mas que é necessário, “por um lado, manter a estabilidade financeira e assegurar a protecção dos consumidores e investidores e, em segundo lugar, que exista margem para a inovação”.
Lagarde terminou referindo que até mesmo os próprios bancos centrais podem vir a ser criadores de moedas virtuais e que essa é uma questão importante para futuro.