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Estes 35 livros não existiriam antes do 25 de Abril

23 de Abril 2024 Jornal Campeão: Estes 35 livros não existiriam antes do 25 de Abril

Esta terça-feira (23), assinala-se o Dia Internacional do Livro. Como forma de celebrar a data, – no mesmo ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução de 1974 -, a FNAC desafiou personalidades da esfera cultural a formar um conselho editorial. O objectivo é simples: indicar uma selecção de livros relevantes nos dias que correm, mas que teriam sido proibidos antes do 25 de Abril. A iniciativa pretende, assim, “estimular o debate sobre o valor da liberdade de pensamento, escrita e expressão”.

 

Do conselho editorial fazem parte nomes como: o escritor e jornalista João Céu e Silva, o escritor Richard Zimler, o editor e escritor Rui Couceiro, a ex-jornalista Teresa Nicolau, o escritor Valter Hugo Mãe e o editor Zeferino Coelho. “Todos eles personalidades das letras, reconhecidos pelo seu compromisso com a Cultura e liberdade de expressão”, revela a FNAC. Por sua vez, a lista de livros é composta por 35 obras onde estão incluídos autores como António Lobo Antunes, Dulce Maria Cardoso, José Saramago, Miguel Esteves Cardoso, Mia Couto, Frederico Lourenço, Margaret Atwood, Maria Filomena Mónica, Maria Teresa Horta, entre outros.

 

Após a selecção realizada pelo conselho editorial, a FNAC divulgou os livros que teriam sido alvo de censura há 50 anos e que, por isso, nunca chegariam às mãos dos leitores. São eles:

  • “Levantado do Chão”, de José Saramago;
  • “A Costa dos Murmúrios”, de Lídia Jorge;
  • “Os Cus de Judas”, de António Lobo Antunes;
  • “Bilhete de Identidade”, de Maria Filomena Mónica;
  • “A trilogia sobre Gungunhana”, de Mia Couto; “Portugueses na Lista Negra de Hitler”, de Miriam Assor;
  • “As Cartas da Prisão de Nelson Mandela”, Edição de Sahm Venter;
  • “Suicídio: Modo de Usar”, de Claude Guillon e Yves Le Bonniec;
  • “Os Cinco Pilares da PIDE”, de Irene Flunser Pimentel;
  • “Primeiro Cresci no Coração”, de Filipe de Bruxelas com ilustração de Pedro Rosa;
  • “Rita Lee – Uma autobiografia”, de Rita Lee;
  • “O Último Cabalista de Lisboa”, de Richard Zimler;
  • “O Amor é Fodido”, de Miguel Esteves Cardoso;
  • “Pode um Desejo Imenso”, de Frederico Lourenço;
  • “Ode Triumphal à Cona”, de Cláudia Lucas Chéu;
  • “Os Cadernos Secretos do Prior do Crato”, de Urbano Tavares Rodrigues;
  • “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de José Saramago;
  • “Caderno de Memórias Coloniais”, de Isabela Figueiredo;
  • “A História de uma Serva”, de Margaret Atwood;
  • “O Acontecimento”, de Annie Ernaux;
  • “Bilhete de Identidade”, de Maria Filomena Mónica;
  • “Caderno de Memórias Coloniais”, de Isabela Figueiredo;
  • “Estranhezas”, de Maria Teresa Horta;
  • “Avalanche”, de Marta Chaves;
  • “Toda a Ferida É Uma Beleza”, de Djaimilia Pereira de Almeida;
  • “As Naus”, de António Lobo Antunes;
  • “A Axila de Egon Schielle”, de André Tecedeiro;
  • “O Retorno”, de Dulce Maria Cardoso;
  • “Erosão”, de Gisela Casimiro;
  • “Semente em Solo Adverso – Poesia Completa”, de Isabel de Sá;
  • “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago;
  • “Os Reinegros”, de Alves Redol;
  • “Ensaio sobre a lucidez”, de José Saramago;
  • “Vinte a Zinco”, de Mia Couto;
  • “A Gorda”, de Isabela Figueiredo;
  • “A História de Roma”, de Joana Bértholo.

 

A iniciativa desenvolvida pela FNAC deu também origem a um debate sobre o tema, que decorreu na FNAC Avenida de Roma, em Lisboa, “um local emblemático que nos tempos da ditadura proporcionou o acesso a livros proibidos pelo regime”. A conversa realizou-se, ontem (22), às 18h30, e foi moderada pelo jornalista Pedro Benevides. “Neste encontro, os membros do Conselho Editorial compartilharam as suas reflexões sobre a importância da liberdade de pensamento, escrita e expressão, e sobre a forma como os livros são agentes de transformação social”, sublinha a organização.

 

Cátia Barbosa

(Jornalista do “Campeão” no Porto)