Esta terça-feira (23), assinala-se o Dia Internacional do Livro. Como forma de celebrar a data, – no mesmo ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução de 1974 -, a FNAC desafiou personalidades da esfera cultural a formar um conselho editorial. O objectivo é simples: indicar uma selecção de livros relevantes nos dias que correm, mas que teriam sido proibidos antes do 25 de Abril. A iniciativa pretende, assim, “estimular o debate sobre o valor da liberdade de pensamento, escrita e expressão”.
Do conselho editorial fazem parte nomes como: o escritor e jornalista João Céu e Silva, o escritor Richard Zimler, o editor e escritor Rui Couceiro, a ex-jornalista Teresa Nicolau, o escritor Valter Hugo Mãe e o editor Zeferino Coelho. “Todos eles personalidades das letras, reconhecidos pelo seu compromisso com a Cultura e liberdade de expressão”, revela a FNAC. Por sua vez, a lista de livros é composta por 35 obras onde estão incluídos autores como António Lobo Antunes, Dulce Maria Cardoso, José Saramago, Miguel Esteves Cardoso, Mia Couto, Frederico Lourenço, Margaret Atwood, Maria Filomena Mónica, Maria Teresa Horta, entre outros.
Após a selecção realizada pelo conselho editorial, a FNAC divulgou os livros que teriam sido alvo de censura há 50 anos e que, por isso, nunca chegariam às mãos dos leitores. São eles:
A iniciativa desenvolvida pela FNAC deu também origem a um debate sobre o tema, que decorreu na FNAC Avenida de Roma, em Lisboa, “um local emblemático que nos tempos da ditadura proporcionou o acesso a livros proibidos pelo regime”. A conversa realizou-se, ontem (22), às 18h30, e foi moderada pelo jornalista Pedro Benevides. “Neste encontro, os membros do Conselho Editorial compartilharam as suas reflexões sobre a importância da liberdade de pensamento, escrita e expressão, e sobre a forma como os livros são agentes de transformação social”, sublinha a organização.
Cátia Barbosa
(Jornalista do “Campeão” no Porto)