Coimbra  3 de Dezembro de 2023 | Director: Lino Vinhal

Semanário no Papel - Diário Online

 

Empresa alega legalidade nos cortes de árvores na Serra da Lousã

25 de Outubro 2023 Jornal Campeão: Empresa alega legalidade nos cortes de árvores na Serra da Lousã

A empresa responsável pelos cortes de árvores na Serra da Lousã, que têm sido alvo de críticas nas últimas semanas, defende que todo o procedimento é legal e que não foi violada qualquer regra.

A Câmara da Lousã já apresentou uma queixa-crime no Ministério Público contra a Álvaro Matos Bandeira & Filhos, empresa sediada em Góis, alegando que efectuou o corte ilegal de árvores municipais na aldeia da Silveira, em plena Serra da Lousã, numa zona pertencente à Rede Natura 2000.

Posteriormente, sete associações ambientalistas criticaram os cortes rasos de árvores feitos naquela área, considerando-os “indicativos de problemas crónicos de conservação da natureza” no país.

Um dos sócios-gerentes da empresa, António Bandeira, esclareceu que a empresa não violou qualquer lei durante a operação na Serra da Lousã.

Os cortes começaram no início de Outubro, estando inicialmente planeado o corte de “entre 24 e 25 hectares” de terreno com eucaliptos, pinheiros e mimosas, explicou, acrescentando que a operação foi suspensa “há quase duas semanas”, por decisão da empresa.

Entretanto, a operação está agora formalmente suspensa, após a empresa ter sido alvo de uma providência cautelar, que será contestada, indicou António Bandeira, esclarecendo que só após a resolução desta providência será possível retomar a operação.

Segundo António Bandeira, a madeira cortada “foi adquirida a outra empresa, que, por sua vez, a comprou a particulares proprietários do terreno”, sublinhando que possui os contratos e facturas que comprovam tais transacções.

Relativamente ao terreno municipal, o sócio-gerente da empresa explicou que não foi feito qualquer corte de árvores pertencentes à autarquia, destacando que, quando comparada a área de corte com a área que o município alegava ser sua, verificou-se que a empresa não tinha cortado “uma única árvore no terreno deles”.

No que diz respeito ao corte em terreno de outro proprietário, António Bandeira esclareceu que os direitos de corte de madeira foram vendidos antes da propriedade mudar de dono.

“Tratam-se de transacções separadas, existindo documentos que comprovam a compra da madeira. Podem afirmar que estamos a efectuar cortes dentro da área deles, mas a madeira já tinha sido vendida antes de chegarem e adquirirem a propriedade”, afirmou.

Para o responsável, a empresa, com 26 anos de actividade, está a operar “totalmente dentro da legalidade”.