A Câmara de Condeixa-a-Nova vai dar início à recolha selectiva de resíduos orgânicos biodegradáveis, apelando à participação e envolvimento da população no objectivo de reduzir o desperdício de resíduos com valor.
O projecto piloto de recolha selectiva dos biorresíduos (restos alimentares e resíduos verdes) vai avançar em duas freguesias do concelho, abrangendo cerca de 5 550 pessoas. Destina-se ainda ao sector não doméstico de todo o concelho, nomeadamente restaurantes, cantinas, mercados e supermercados.
Refira-se que a partir de 31 de Dezembro de 2023, por imposição da União Europeia, Portugal tem de começar a realizar a recolha selectiva dos resíduos orgânicos biodegradáveis, os chamados biorresíduos.
Para se adaptar a estas novas exigências, a Câmara de Condeixa viu aprovada a candidatura “Biorresíduos com Valor” que submeteu no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), e que visa a implementação da recolha selectiva de biorresíduos. Esta operação, no valor total de 414 657 euros, dos quais 85% comparticipados pelo Fundo de Coesão, pretende preparar o Município para responder a este novo desafio.
“O objextivo é evitar que sejam depositados em aterro resíduos com valor, isto é, os biorresíduos que fazem parte do dia-a-dia, nomeadamente os restos de comidas ou os que resultam, por exemplo, da preparação dos alimentos que usamos para fazer uma refeição”, refere a autarquia.
“Estes resíduos compõem, em média, quase 40 por cento do nosso caixote do ‘lixo comum’ e representam a perda de um recurso importante que, depois de transformado, pode ser encaminhado para enriquecimento dos solos agrícolas e florestais nacionais”, acrescenta o Município.
“De facto, quando os biorresíduos são recolhidos de forma selectiva, e devidamente encaminhados para tratamento e valorização, podem ser geridos para aproveitar todo o seu potencial ambiental e económico, assegurando uma economia mais circular e evitando poluir a água, o solo e o ar”, sustenta a Câmara.
Segundo o Município, “o início deste processo, de desvio dos biorresíduos da rede de recolha indiferenciada para a rede de recolha selectiva deste novo fluxo, reveste-se de enorme importância no aumento dos índices de reciclagem”. “O seu sucesso, porém, requer e depende da participação, esforço, empenho e corresponsabilização de todos os intervenientes, para que no final de 2023 Condeixa consiga ter uma rede de recolha seletiva de biorresíduos e reduzir o desperdício de resíduos com valor”, considera.
“É fundamental que separe correctamente os resíduos orgânicos e não os misture com outros que acabam por os contaminar. Assim, no novo contentor de cor ou tampa castanha deposite apenas restos de alimentos crus e cozinhados ou fora de validade (legumes e frutas, carne e peixe, restos de sopa, restos de pão e bolos), cascas de ovos, borras de café, saquinhos de chá e guardanapos de papel” – apela a autarquia.