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Coimbra: Cientistas debatem sobre incêndios em encontro internacional

17 de Janeiro 2020

O auditório principal da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra está a acolher, durante o dia de hoje (17), um encontro internacional de cientistas focado em “aspectos relacionados com os incêndios em cenários de microescala de interface urbano-florestal”.

As alterações climáticas têm levado os cientistas a ajustarem a estratégia de investigação dos incêndios em resposta aos novos riscos à escala global, afirmou, hoje (17), à agência Lusa Elsa Pastor, responsável de um projecto europeu nesta área.

“Temos de adaptar as nossas estratégias e os nossos métodos de análise”, afirmou a coordenadora do projecto ECHO WUIVIEW – Wildland-Urban Interface Virtual Essays Workbench, que envolve instituições científicas de Portugal, Espanha, Itália, Suécia e França.

A professora da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), Espanha, falava em Coimbra no início do primeiro encontro público daquelas entidades, organizado pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), financiado pelo programa ECHO da União Europeia (EU).

A docente reforçou a necessidade de desenvolver “novas metodologias de análise de risco”, de forma a promover “boas práticas de autoprotecção” das pessoas.

Elsa Pastor deu como exemplo os actuais incêndios na Austrália, salientando que as mudanças climáticas começaram, nos últimos anos, a ter impactos, também, no Norte da Europa, com os fogos a causarem “problemas muito sérios” em países como Suécia, que também participa neste projecto científico.

Miguel Almeida, da ADAI, referiu que “a Europa está cada vez mais preocupada, já que os fogos não estão limitados aos países do Sul. O primeiro grande incêndio na Suécia foi em 2014”.

As instituições científicas envolvidas no projecto estão empenhadas “num resultado único e concertado” que ajude a União Europeia a “definir determinadas políticas e normas” que façam frente aos novos problemas dos incêndios, acrescentou o investigador de Coimbra.

O projecto ECHO WUIVIEW decorrerá durante dois anos, terminando em Fevereiro de 2021.