No próximo dia 16 de Outubro, segunda-feira, o Grupo de Arqueologia e Arte do Centro (GAAC) e o Café Santa Cruz unem-se para celebrar o centenário da morte de Abílio Manuel Guerra Junqueiro. O evento consistirá numa leitura de alguns dos seus mais marcantes poemas e terá início às 20h30, nas instalações do Café Santa Cruz.
Nascido em Freixo de Espada à Cinta, a 15 de Setembro de 1850, Guerra Junqueiro foi filho de José António Junqueiro, natural da aldeia de Ligares, e de Ana Maria Guerra, nascida na sede do concelho. Entre 1862 e 1873, o poeta residiu na cidade de Coimbra, inicialmente como estudante liceal, posteriormente como aluno de Teologia e, a partir de 1868, como estudante de Direito, curso que culminou em 1873.
No ano seguinte, Guerra Junqueiro publica o seu primeiro livro de grande envergadura, “A Morte de D. João”, obra que agitou os círculos mais conservadores devido à audácia erótica de algumas passagens e ao seu carácter anticlerical. Apesar de ter planeado uma trilogia composta por esta obra e pelos livros “A Morte de Jeová” e “Prometeu Libertado”, apenas o primeiro volume chegou a ser publicado. Posteriormente, o poeta diversificou o seu estilo, legando à posteridade uma vasta colecção de poemas de diversas temáticas, desde os bucólicos e intimistas até aos que expressam sentimentos patrióticos, antimonárquicos ou anticlericais.
Fernando Pessoa, reconhecido como um dos maiores nomes da literatura portuguesa, considerou “A Pátria”, poema dramático no qual Guerra Junqueiro denuncia a dinastia dos Bragança como responsável pela decadência de Portugal, como o mais importante poema na língua portuguesa, ultrapassando até mesmo a épica de Camões.
Guerra Junqueiro faleceu em 1923, recebendo honras de funeral de Estado, com a participação de milhares de pessoas, sendo sepultado directamente no Mosteiro dos Jerónimos.
A entrada para esta homenagem é livre.