Alexandre Lourenço (presidente da ULS de Coimbra) e Sérgio Janeiro (presidente do INEM)
Assim que o INEM começa a transportar um doente, as equipas das Urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra recebem informações do seu estado clínico e a hora de chegada, podendo preparar a tempo a sua recepção e ter prontos todos os meios necessários, seja o bloco cirúrgico, seja os exames a fazer.
A assinatura do protocolo do projecto TePHH e do acordo de responsabilidade conjunta entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, que aconteceu esta quinta-feira, permite a optimização da recepção na urgência hospitalar e é um projecto pioneiro, que após estar afinado, irá ser disseminado pelo país.
“Para além da partilha dos dados médicos dos doentes, vamos perceber o tempo que demora a chegar à Urgência, o que permite que as equipas se preparem para receber o doente de acordo com as características, sendo accionadas, se for o caso, a Via Verde do AVC ou a Via Verde Coronária”, explica Alexandre Lourenço, presidente do Conselho de Administração da ULS de Coimbra.
Este novo sistema começou agora a funcionar nas Urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), mas será alargado ao Hospital Pediátrico e às duas Maternidades (Bissaya Barreto e Daniel de Matos), para todos os doentes transportados pelo INEM e encaminhados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
De acordo com Alexandre Lourenço, “o atendimento urgente e muito urgente nos HUC está a cumprir os tempos previsto na triagem de Manchester, com todas as especialidades disponíveis e em total prontidão”. Realça, ainda, que se verifica uma redução na procura de 17% no Serviço de Urgências, justificando que os doentes estão a ser atendidos onde devem – quer pela utilização do SNS 24, pela abertura dos Centros de Atendimento Clínico, quer por haver mais vagas nos Cuidados de Saúde Primários. “Isso permite que as equipas altamente especializadas da área hospitalar possam responder com maior adequação aos casos verdadeiramente urgentes”, sublinha.
Na assinatura do propocolo, o presidente do INEM, Sérgio Janeiro, considerou que “num contexto de escassez de recursos humanos e materiais é à inovação que temos de recorrer para optimizar a prestação do serviço”. “Com esta ferramenta, as equipas hospitalares podem optimizar a recepção de doentes urgentes, sabendo com maior exactidão quando vão chegar e já com alguma informação sobre o seu estado clínico”, disse, acentuando que, assim, podem ter “os meios que necessitam disponíveis, retirando tempos que seriam gastos na análise”.
Segundo Sérgio Janeiro, este é um automatismo que o INEM “quer melhorar e replicar ao resto do país”. “Havendo automatismo é possível libertar recursos humanos do INEM e do CODI para outras funções”. “Pretende-se melhorar a qualidade da primeira observação médica e também que as Urgências estejam preparadas para quando houver simultaneidade de chegada de doentes”, realçou.
O Protocolo do projecto TePHH prevê a colaboração das duas entidades, no desenvolvimento e implementação de um sistema que permite consultar, através de um ‘dashboard’, a informação disponibilizada pelo INEM sobre o tempo previsto de chegada das ambulâncias aos Hospitais da ULS de Coimbra, juntamente com a informação do risco de agravamento (Escala de NEWS) e suspeita de Via Verde, permitindo a optimização da recepção hospitalar.
O acordo de responsabilidade conjunta no tratamento de dados pessoais tem por objecto a definição de um padrão mínimo comum para o tratamento de dados pessoais, assim como a repartição de responsabilidades relativas a tratamentos de dados pessoais realizados no âmbito do protocolo do projecto TePHH.