Residência União “tira” cinco pessoas da rua possibilitando integração laboral

A Residência União da Fundação ADFP, localizada em Coimbra, com capacidade para 11 residentes, conta actualmente com cinco utentes em fase de transição para deixarem de ser “pessoas sem-abrigo”.

As pessoas que se encontram a residir na residência União, estão a reconquistar a sua autonomia financeira pelo trabalho, para que possam deixar de viver em situação de sem abrigo.

O objectivo da Fundação com esta Residência União é possibilitar que uma pessoa em situação de sem abrigo possa ter um quarto com privacidade, desde que trabalhe.

Os residentes são cidadãos sem-abrigo que começaram a trabalhar, a quem lhes é proporcionado um quarto com casa de banho privativa e acesso a cozinha comum, para que possam viver durante essa fase inicial, recomeçando a sua vida no mundo do trabalho.

A mensalidade a pagar na Residência União é um valor simbólico, pelo que permite aos utentes que ali vivem restabelecerem-se a nível financeiro, para que, passados seis meses, já consigam pagar a renda de uma habitação própria.

A estadia prevista na Residência União, com capacidade para 11 residentes, é de seis meses, podendo ser prorrogáveis, se necessário e com adequada justificação social.

No apoio as pessoas em situação de sem abrigo a Fundação tem uma equipa multidisciplinar que inclui psiquiatra e enfermagem, porque uma percentagem significativa de pessoas em situação de sem abrigo são doentes mentais.

O projecto nasceu da necessidade de responder a uma fase crítica do processo de reintegração: o momento em que a pessoa quer voltar a trabalhar, mas ainda não reúne condições económicas para suportar uma habitação própria. A Residência União surge, assim, como um apoio essencial para evitar o regresso à exclusão social.

Para além do alojamento, a iniciativa promove valores como a responsabilidade, a autonomia e a convivência em comunidade, reforçando competências pessoais e sociais fundamentais para uma vida independente.

“A Residência União afirma-se como um exemplo de que a inclusão é possível quando existem respostas ajustadas, humanas e focadas na capacitação das pessoas, contribuindo para uma sociedade mais justa e solidária”, refere o médico Jaime Ramos, presidente da Fundação ADFP, com sede em Miranda do Corvo.