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Moção de Pureza vence com a grande maioria dos votos

30 de Novembro 2025 Jornal Campeão: Moção de Pureza vence com a grande maioria dos votos

A moção A, encabeçada por José Manuel Pureza, foi hoje a mais votada na 14.ª Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, com 372 votos, seguida da moção S, que reuniu o apoio de 34 delegados.

As cinco moções de orientação apresentadas na reunião magna bloquista, que termina hoje no pavilhão municipal do Casal Vistoso, em Lisboa, e juntou 598 delegados, foram votadas de credencial no ar, após as alegações finais.

A estratégia política para os próximos dois anos, encabeçada pelo antigo deputado e ex-vice-presidente da Assembleia da República, José Manuel Pureza, saiu vencedora, com 372 votos, correspondentes a cerca de 62%.

Entre os subscritores desta moção incluem-se a líder cessante, Mariana Mortágua, os principais dirigentes do partido e os fundadores Francisco Louçã, Fernando Rosas e Luís Fazenda.

Já a moção S, “Novo Rumo”, que elegeu 55 delegados à Convenção, obteve 34 votos.

Este texto foi promovido por dirigentes como Adelino Fortunato (que em 2023 apoiava Mariana Mortágua) ou ex-deputados como Heitor de Sousa e Alexandra Vieira.

A moção H, “Hora de Recomeçar”, obteve 16 votos, a moção B, “Reconstruir para um novo ciclo político”, teve 13 votos e a moção C, “Mais Bloco, menos tendências”, não reuniu qualquer apoio, tendo zero votos.

A comissao de direitos contou com cinco votos brancos e um nulo

Enquanto os bloquistas aguardavam que a contagem fosse feita, Joana Mortágua, presidente da Mesa da convenção, apelou à paciência: “Já sabem como é que isto funciona, é aquele treino de tríceps e bíceps. Quando começar a doer uma mão ou braço trocam para a outra”, gracejou sobre a votação de braço no ar.

A votação das moções teve que ser repetida obrigando a novo esforço de braços, uma vez que a Mesa não tinha sido informada de que havia militantes ainda a contar votos numa outra sala, “incomunicáveis”.

Os textos de todas as moções opositoras – e até alguns membros e dirigentes afetos à moção A – apresentaram queixas de falta de democracia interna, centralização excessiva de tomada de decisão, e pouca atenção às bases.

Na anterior convenção, em 2023, a moção de Mariana Mortágua obteve 439 votos, num total de 528 votantes.

Nesse ano estiveram em disputa duas moções de orientação política, com a moção E, encabeçada pelo ex-deputado Pedro Soares (que nesta reunião magna decidiram não voltar a candidatar-se), a obter 78 votos.

Com o mote “Orgulho na liberdade, Luta pela Igualdade”, a 14.ª Convenção Nacional do BE, que vai escolher a nova liderança do partido, termina hoje, em Lisboa.

Esta reunião magna, na qual participaram 598 delegados eleitos, marca o fim da era de Mariana Mortágua.