Procura por casas para arrendar cai 18% em Portugal

Cada casa para arrendar em Portugal recebeu, em média, 23 contactos no terceiro trimestre de 2025, menos 18% do que no mesmo período do ano anterior, segundo uma análise do idealista/data. Apesar da quebra, a procura continua forte, num contexto de subida de 4,1% das rendas a nível nacional.

De acordo com Rúben Marques, porta-voz do idealista, plataforma especializada em análise de mercado imobiliário, “embora o número de contactos por anúncio tenha diminuído ligeiramente desde o início do ano, a procura por casas para arrendar permanece forte. Esta desaceleração não traduz menor interesse das famílias, mas sim uma maior disponibilidade de imóveis no mercado. Apesar disso, os valores das rendas continuam altos e fora do alcance de muitos portugueses”.

As cidades onde a pressão da procura mais se fez sentir foram Santarém e Ponta Delgada, com uma média de 35 contactos por anúncio, seguidas de Portalegre e Leiria (30) e de Évora e Setúbal (29).

Com níveis intermédios surgem Bragança e Guarda (24), Coimbra, Vila Real e Viseu (21) e, com menor procura, Faro e Lisboa (20), Funchal e Castelo Branco (19), Aveiro e Braga (17), Porto (15) e Viana do Castelo (12).

No balanço anual, 15 capitais de distrito registaram descidas no número médio de contactos por anúncio, enquanto quatro registaram aumentos. As maiores subidas ocorreram em Ponta Delgada (+18%), Évora (+12%), Guarda (+12%) e Funchal (+7%), revelando uma crescente atractividade destes mercados.

Em sentido contrário, destacam-se as quedas em Portalegre (-46%), Castelo Branco (-28%), Viana do Castelo (-25%), Faro (-22%), Braga (-20%) e Coimbra (-20%). Também Lisboa (-17%), Aveiro (-17%), Santarém (-16%) e Porto (-11%) registaram quebras mais moderadas.

Ainda assim, os dados mostram que o mercado de arrendamento em Portugal mantém uma procura elevada, com 23 famílias interessadas por cada casa anunciada, um indicador que reflecte a forte pressão sobre o sector, sobretudo nas zonas urbanas e de maior dinamismo económico.

O estudo foi elaborado pelo idealista/data, plataforma especializada em análise de mercado imobiliário em Portugal, Espanha e Itália, que recorre a bases de dados próprias e a fontes públicas e privadas para avaliar tendências, investimentos e estratégias do sector.