Está quase concluída a monografia “As Torres do Mondego na Barca da História”, da Freguesia de Torres do Mondego, no concelho de Coimbra. Trata-se de um aturado trabalho de investigação, da autoria e coordenação do historiador e investigador João Pinho, e resulta de três anos de estudo em arquivos e bibliotecas.
A obra está na sua fase final, a caminho do prelo, mas é já possível um primeiro vislumbre sobre o seu conteúdo, que trás para a luz do dia informações até agora pouco conhecidas do público: a evolução administrativa do concelho de Vale de Canas e a criação da própria freguesia em 1934, o regime senhorial e a existência do Couto das Torres, bem como de um curato, a intensa exploração mineira que não se circunscreveu à Mina de Barbadalhos, o património religioso como a igreja e capelas, o património civil em torno das fontes e fontanários, o património natural com a emblemática Mata de Vale de Canas, as lavadeiras e a barrela, as barcas serranas e a broa das Carvalhosas – são algumas das pistas que o autor nos revelou, remetendo para a obra a divulgação de mais pormenores.
João Pinho refere: “Foi um grato prazer conduzir este projecto em prol do conhecimento das nossas freguesias, com especial relevância para as Torres do Mondego. Trata-se de uma freguesia com muitas especificidades, a começar pela própria localização, ao longo das serras e vales do Maciço Marginal de Coimbra, nas quais evoluíram diversas comunidades que a dada altura se tornaram independentes da freguesia dos Olivais, tanto a nível de administração civil como religiosa. Não posso esquecer, antes recordar, que o trabalho se baseia em fontes e bibliografia, algumas inéditas, e que decerto surpreenderá os leitores. Deixo uma palavra de grande apreço pelo executivo actual, na pessoa do presidente Paulo Cardoso, pelo constante incentivo e disponibilidade para me acompanhar, em especial no trabalho de terreno e nos contactos estabelecidos com pessoas e instituições. Creio que todos ganhamos com este tipo de trabalho, pois perder a memória é perder o passado, que assim se salvaguarda, deixando para as gerações vindouras um legado de conhecimento e cultura”.
Para Paulo Cardoso, presidente da Freguesia nos últimos 12 anos, a razão para apoiar este tipo de iniciativa foi claro: “Queríamos saber mais sobre a nossa história. Sabíamos que o Dr. João Pinho havia realizado estudos de pormenor, atinentes às freguesias do nosso município, de forma que estabelecemos as pontes necessárias para desenvolver um projeto de todos e para todos. Estamos satisfeitos com o resultado final, nalguns aspectos desconhecido, mas que ficará ao dispor de toda a comunidade. É um dos legados do meu mandato, o aprofundar do conhecimento da nossa própria história, que há muito desejávamos, mas que só agora foi possível de concretizar. De realçar que todo o projeto foi suportado exclusivamente pela junta de freguesia, que viabilizou a sua execução e deu todo o apoio que foi possível”.
A obra compreende mais de 400 páginas de texto, com diversas ilustrações e documentos de suporte, que foram sendo compulsados. O lançamento da obra está previsto para o próximo mês de Novembro.