Projecto de 5,6 milhões para Conímbriga cai por terra após concurso deserto

O projecto de remodelação e ampliação do Museu Nacional de Conímbriga, em Condeixa, não vai avançar depois de o concurso público lançado em Março deste ano ter ficado sem qualquer empresa interessada. A empreitada, com um preço base de 5,6 milhões de euros, seria financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas o prazo de execução coincidia com o limite do programa, inviabilizando um novo concurso.

“Não apareceu nenhuma empresa interessada, o que fez cair o projecto”, explicou o director do museu, Vítor Dias, sublinhando que “foram quatro anos de trabalho dedicados à ampliação do museu” e que “toda esta conjuntura externa criou dificuldades, e o caso de Conímbriga não é único”.

Face à impossibilidade de concretizar a obra principal, a direcção procura agora redireccionar parte das verbas do PRR para intervenções mais simples, nomeadamente acções de conservação e restauro na área arqueológica e consolidação de troços da muralha.

“Estamos a tentar trabalhar nisso. São intervenções menos complexas e que podem ainda ser enquadradas no financiamento do PRR”, adiantou o responsável, acrescentando, contudo, que a tramitação administrativa é longa e exigente. “Primeiro, o projecto tem de sair do Museu para a Museus e Monumentos [de Portugal], depois passar pelo Património Cultural, Instituto Público, e ainda pela autarquia, que seria a dona da obra. Todo este processo tem um ‘timing’ doloroso e penoso, mas acreditamos que possa ser possível”, afirmou.

Apesar do revés, Vítor Dias mantém esperança de que pelo menos parte das intervenções de conservação possam ser realizadas até Agosto de 2026, data-limite para a execução dos projectos financiados pelo PRR.

Quanto à remodelação e ampliação do museu, o director admite que o futuro é incerto, mas garante estar “focado no imediato e no que ainda possa ser concretizado com o PRR”.