A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra propôs um acordo de cooperação à Fundação ADFP para o próximo triénio, o qual irá permitir realizar cirurgias e consultas de especialidade, gratuitas para os doentes, no Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, em complementaridade com o SNS.
O acordo terá início em 1 de Janeiro de 2026, com duração de três anos, e nos termos da proposta da ULS o Hospital Compaixão dará resposta a doentes inscritos nos Centros de Saúde de Condeixa, Lousã, Miranda, Penela e Poiares, num total de 63.330 pessoas.
As consultas externas serão nas especialidades de Cirurgia Geral, Dermatologia, Ginecologia, Neurocirurgia, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia e Urologia.
As cirurgias com internamento serão nas especialidades de Neurocirurgia, Ortopedia e Otorrinolaringologia. As cirurgias de oftalmologia serão em regime de ambulatório (sem internamento) tal como algumas de Ortopedia e Otorrinolaringologia. Os doentes oncológicos não estão incluídos neste acordo de cooperação nem os de pediatria.
De 2026 a 2029 manter-se-á o atendimento no CAC – Centro de Atendimento Clínico, dos doentes agudos encaminhados pela Linha Saúde 24, ou triados nas urgências do CHUC.
A Fundação ADFP, presidida pelo médico Jaime Ramos, refere que, dado ter menos experiência, irá procurar acompanhar os acordos para os Hospitais de Avelar/Ansião e Oliveira do Hospital, que já cooperam com o SNS há décadas.
“As cirurgias e as consultas externas no âmbito do SNS são o passo decisivo para o aproveitamento de todas as potencialidades instaladas no Hospital Compaixão”, acentua Jaime Ramos, acrescentando que “a Fundação sempre acreditou que um Hospital em Miranda do Corvo deveria ter igualdade de tratamento com os outros hospitais de Misericórdias e Fundações”.
Sublinhando que “a Fundação ADFP foi a única organização sem fins lucrativos, da CIM de Coimbra, que foi capaz de construir um Hospital nos últimos 50 anos”, Jaime Ramos acredita que este Hospital “pode dar um contributo muito positivo na acessibilidade aos cuidados de saúde das pessoas de Miranda e concelhos limítrofes”.
O Hospital vai continuar com os serviços já em funcionamento e, brevemente, irá abrir uma Unidade de Cuidados Paliativos com 20 camas. Para além do benefício na saúde das pessoas o Hospital desempenha um papel importante no desenvolvimento regional, com criação de postos de trabalho, muitos licenciados e qualificados.
Neste início de Outubro o Hospital vai fazer as primeiras cirurgias, mas estas serão privadas, pagas pelos doentes, através de seguros de saúde, ADSE, entre outros.