Lisboa assiste a um dia de luto nacional após o descarrilamento do elevador da Glória, na quarta-feira, que provocou 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros, medidas imediatas para apurar as causas do acidente e prestar apoio às famílias.
Em declarações à comunicação social, sem direito a perguntas, Montenegro elogiou a resposta rápida das equipas de socorro, sublinhando que “permitiu salvar vidas e evitar que a tragédia assumisse ainda proporções maiores e mais devastadoras”. Acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que participou na parte final da reunião, o primeiro-ministro detalhou o plano de acção do Governo.
Quanto às investigações, Montenegro afirmou que ainda hoje serão divulgados todos os pormenores das diligências em curso por parte do director nacional da Polícia Judiciária, do presidente do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, do director executivo do Serviço Nacional de Saúde e do responsável pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários.
O apoio às famílias das vítimas será alargado, com a TAP a disponibilizar transporte para cidadãos nacionais ou estrangeiros fora do país, repatriamento de feridos e translado dos corpos. “O Instituto de Registo e Notariado vai disponibilizar uma equipa em Lisboa para acelerar os registos de óbito e garantir atendimento prioritário”, acrescentou Montenegro.
O Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses trabalha para concluir rapidamente todas as autópsias e entregar os corpos às famílias. O Governo mantém contacto próximo com as famílias nacionais e estrangeiras, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, à medida que se confirmam as identidades e nacionalidades das vítimas.
“Este trágico acidente ultrapassa fronteiras e é uma dor que não tem nacionalidade”, disse o primeiro-ministro, agradecendo as mensagens de solidariedade e condolências de chefes de Estado e Governo da União Europeia, incluindo António Costa, ex-primeiro-ministro, e as presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu.
A Protecção Civil de Lisboa corrigiu esta quinta-feira o número de vítimas mortais, confirmando 16, e não 17, como inicialmente divulgado. Margarida Castro Martins explicou que houve duplicação de um registo no Hospital de São José, onde faleceu uma pessoa durante a noite.
No Hospital de São José permanecem internados quatro feridos, um em estado grave nos cuidados intensivos e os restantes três com situação controlada. No Hospital de Santa Maria, oito feridos receberam assistência, cinco já tiveram alta, enquanto os outros três permanecem hospitalizados, incluindo uma criança sem gravidade. No São Francisco Xavier chegaram três feridos, um em estado crítico submetido a cirurgia e dois politraumatizados. O Hospital Amadora-Sintra recebeu dois feridos que já tiveram alta, e em Cascais uma mulher com ferimentos ligeiros também teve alta.
Das 15 vítimas mortais declaradas no local, são sete homens e oito mulheres, todos adultos, incluindo estrangeiros. A informação sobre nacionalidade e idade será validada pelo Ministério Público. Os corpos foram transportados para o Instituto de Medicina Legal, onde continuam a ser realizados os trabalhos pelas equipas forenses.