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Primeira cirurgia robótica conjunta de anca e joelho realizada em Coimbra

19 de Agosto 2025 Jornal Campeão: Primeira cirurgia robótica conjunta de anca e joelho realizada em Coimbra

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra inscreveu o seu nome na história da medicina europeia ao concretizar uma cirurgia inédita: a colocação, no mesmo acto operatório, de uma prótese total da anca e de uma prótese total do joelho do mesmo lado, com recurso a tecnologia robótica. A intervenção, realizada a 11 de Agosto, foi bem-sucedida e o doente encontra-se em recuperação favorável.

O paciente, de 67 anos, vivia há décadas com as sequelas de uma epifisiólise femoral, tratada na juventude, que lhe deixou uma diferença de comprimento na perna esquerda. Ao longo do tempo, surgiram ainda artroses severas na anca e no joelho homolateral, que lhe impunham dores persistentes e uma forte limitação funcional.

Segundo Fernando Fonseca, director do Serviço de Ortopedia da ULS de Coimbra, a opção pela cirurgia robótica visou “devolver mobilidade e corrigir a dismetria com máxima precisão, evitando dois internamentos e acelerando a recuperação”. O especialista destaca ainda que a tecnologia robótica garante maior exactidão nos cortes ósseos, menor trauma para os tecidos e uma recuperação menos dolorosa, reduzindo também o risco de complicações.

Embora sejam já conhecidas cirurgias robóticas isoladas à anca ou ao joelho, não existe registo científico de uma intervenção que associe, em simultâneo, as duas articulações do mesmo membro. “Pelo que conseguimos verificar, este terá sido o primeiro procedimento do género não só em Portugal, como também na Europa”, frisou Fernando Fonseca.

Para Alexandre Lourenço, presidente do Conselho de Administração da ULS de Coimbra, este feito reflecte a estratégia da instituição: “Oferecer cuidados de saúde de elevada qualidade, com inovação tecnológica ao serviço do doente. Esta cirurgia é um exemplo notável daquilo que queremos para o futuro do Serviço Nacional de Saúde”.

A equipa responsável foi composta por ortopedistas, anestesiologistas e enfermeiros altamente especializados, num esforço conjunto que, segundo os responsáveis, poderá abrir caminho a novas práticas na ortopedia europeia.