Coimbra  7 de Novembro de 2025 | Director: Lino Vinhal

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Comprar casa em Coimbra ficou 9% mais caro desde Julho de 2024

1 de Agosto 2025 Jornal Campeão: Comprar casa em Coimbra ficou 9% mais caro desde Julho de 2024

Comprar casa em Portugal está cada vez mais caro. No último ano, o preço por metro quadrado aumentou 8,5%, situando-se agora nos 2.926 euros/m2, de acordo com o índice de preços do Idealista. Coimbra acompanha esta tendência, com um aumento homólogo de 9%, superando mesmo a média nacional e destacando-se entre as capitais de distrito com maior valorização.

Apesar deste crescimento expressivo, Coimbra continua a ser uma das cidades mais acessíveis da metade superior da tabela, com um valor mediano de 2.067 euros/m2 – abaixo de cidades como Braga (2.089 euros/m2), Ponta Delgada (2.244 euros/m2) e Évora (2.441 euros/m2), mas acima de Viana do Castelo, Leiria ou Vila Real.

O aumento do preço da habitação na cidade dos estudantes contrasta com a evolução mais contida do distrito: em termos agregados, o preço médio no distrito de Coimbra subiu apenas 4,3%, sendo um dos aumentos mais baixos entre os 20 distritos e ilhas analisados. Isto poderá reflectir uma maior pressão sobre o centro urbano da cidade e, simultaneamente, uma estabilização nos concelhos periféricos.

A tendência de subida dos preços foi transversal a todo o território nacional. As maiores subidas registaram-se nas capitais de distrito de Santarém (24%), Setúbal (20,8%) e Guarda (18,5%), enquanto Porto (5,9%) e Lisboa (3,5%) registaram aumentos mais modestos. Ainda assim, Lisboa continua a liderar como a cidade mais cara do país, com 5.829 euros/m2, seguida pelo Porto (3.804 euros/m2) e pelo Funchal (3.679 euros/m2).

Já as cidades mais baratas continuam a ser Portalegre (871 euros/m2), Castelo Branco (906 euros/m2) e Guarda (957 euros/m2).

Um dos dados mais surpreendentes do relatório diz respeito às ilhas, com a ilha de São Miguel a registar uma subida de 25% nos preços, e Porto Santo a subir 23,4%, o que evidencia uma procura crescente por habitação em zonas anteriormente mais acessíveis.

Em termos regionais, a Grande Lisboa mantém-se como a zona mais cara do país, com um preço médio superior a 4.400 euros/m2. Seguem-se o Algarve (3.753 euros/m2), a Região Autónoma da Madeira (3.466 euros/m2) e o Norte (2.441 euros/m2). O Centro, onde se insere Coimbra, mantém-se entre as regiões mais económicas, com um valor médio de 1.582 euros/m2, ainda que tenha registado uma subida de 9,2% no último ano.

O crescimento de 9% no preço das casas em Coimbra pode ser interpretado como um sinal da crescente pressão sobre o mercado habitacional na cidade, impulsionado por uma procura constante por parte de estudantes, jovens profissionais e investidores. Embora continue mais acessível do que outras cidades universitárias como Braga ou Évora, o ritmo de valorização poderá tornar mais difícil o acesso à habitação para residentes permanentes e jovens à procura de primeira casa.

Num contexto nacional de subidas generalizadas e com o regresso do debate sobre habitação acessível à agenda política, Coimbra poderá ter de enfrentar brevemente novos desafios estruturais no planeamento urbano, na oferta de arrendamento a preços justos e no equilíbrio entre turismo, investimento e residência permanente.