O regresso de figuras de destaque da política portuguesa, como Pedro Passos Coelho e Sérgio Sousa Pinto, a processos de reflexão cria grandes expectativas para o futuro do país.
Oriundos de ideologias políticas distintas, ambos têm percursos políticos e cívicos que os tornaram figuras acima da média nas últimas décadas. É um excelente sinal vê-los aceitar o chamamento para liderar reflexões sobre matérias fundamentais, dado que trazem consigo uma vasta experiência e uma visão clara sobre os desafios estruturais que Portugal enfrenta.
O regresso de Passos Coelho à participação pública é particularmente relevante. Passos Coelho não é apenas um ex-primeiro-ministro. Trata-se de uma figura ímpar, alguém que, mesmo diante das vicissitudes de um mandato complexo, conseguiu devolver ao país o caminho da estabilidade financeira e política.
A participação de Passos Coelho, juntamente com Sérgio Sousa Pinto, envia um sinal positivo para os melhores quadros da sociedade portuguesa. Tenho a convicção de que ambos têm a capacidade de contribuir de forma significativa para as reformas estruturais que o país precisa, sem receio de abordar temas como a revisão do sistema político, a reforma da justiça e a reorganização das administrações públicas.
A sua experiência e visão pragmática poderão trazer o equilíbrio necessário para um debate produtivo sobre as grandes questões do país. Espero que esse debate não deixe de fora a questão do território, mas, além disso, os desafios são muitos: a reestruturação da máquina pública, a reforma do sistema fiscal, a modernização do sistema judicial e, claro, a promoção de um crescimento económico duradouro e sustentável.
O envolvimento de figuras como Passos Coelho e Sérgio Sousa Pinto na vida pública é, sem dúvida, uma excelente notícia para Portugal. Eles não são apenas figuras do passado político recente, mas sim actores essenciais para a construção do futuro do país, com alternativas, mas também moderação.
O seu regresso representa uma oportunidade de mobilizar mais pessoas que estão afastadas, mas que têm imenso valor a acrescentar à nossa vida pública. Esta reflexão deve apontar caminhos para reverter os erros do passado e enfrentar com coragem as transformações que Portugal precisa para se tornar mais competitivo e mais justo.
(*) Advogado e gestor