Li, com inicial curiosidade e de linha em linha com crescente desgosto, o comentário do Sr. Presidente da Câmara de Coimbra à concentração de cidadãos em defesa das árvores da Rua Lourenço Almeida de Azevedo.
Notei o azedume com que se refere àquela centena de mulheres e homens que amam as árvores e exigem explicações, ao ponto de saírem à rua numa tarde de muito intenso calor. E que exigem a transparência de serem postos à vista todos os dados completos sobre o traçado da linha Hospital do Metro Bus. E os tais relatórios fitossanitários que identificam as árvores alegadamente doentes.
Mas notei sobretudo o desabar da exigência que ressuma das palavras de José Manuel Silva. Ele já não aponta caminhos de mundo novo, contenta-se em dizer que o prejuízo poderia ser maior e que conseguiu baixar o prejuízo. O homem que prometia pôr Coimbra no topo da qualidade das cidades portuguesas, está hoje reduzido ao “the more or less good place to be”.
Quando o próximo empresário for à reunião de Câmara devolver o galardão e informar que vai embora, estou a ouvir JMS informar que em mandatos anteriores fugiram mais que agora.
Estamos todos fartos das conversas sobre a “pesada herança” com que políticos fracotes olham para trás e se comparam com outros que eles acham ainda mais fracos.
Queremos e lutamos por pôr à frente da Câmara alguém que se compare sempre com os melhores e tente ultrapassá-los. Ambição, exigência, qualidade das equipas e das decisões, convicção democrática profunda.
(*) Movimento Cidadãos por Coimbra