Os colégios privados continuam a dominar os rankings dos exames nacionais do ensino secundário, com a primeira escola pública a surgir apenas no 33.º lugar. A análise incluiu 525 escolas que realizaram pelo menos 100 provas no Verão passado, confirmando a tendência de melhores resultados no norte do país. Coimbra, apesar do seu prestígio académico e histórico na educação, surge nos dois extremos da tabela das escolas públicas: enquanto a Escola Secundária Infanta D. Maria figura entre as dez melhores, a Escola Secundária Jaime Cortesão aparece na tabela das piores classificadas.
O Grande Colégio Universal, no Porto, lidera a tabela com uma média de 16,51 valores em 191 exames, seguido pelo Colégio Nossa Senhora do Rosário (16,42) e pelo Colégio Efanor, em Matosinhos (16,36). O Colégio de S. Tomás, em Lisboa, surge como o melhor classificado da região de Lisboa, em 5.º lugar.
Entre as escolas públicas, a melhor classificada é a Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, em Oliveira de Azeméis, com uma média de 13,85 valores, superando a melhor classificação pública do ano anterior. A Escola Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra, destaca-se ao surgir no 10.º lugar entre as melhores públicas, evidenciando um desempenho sólido dentro do ensino público.
Na parte inferior da tabela, as escolas com piores desempenhos concentram-se, além de Coimbra, na área metropolitana de Lisboa, incluindo a Escola Secundária da Baixa da Banheira, na Moita, que regista uma taxa de reprovação e abandono escolar superior à média nacional. Os dados indicam que os alunos sem Apoio Social Escolar (ASE) tiveram melhores notas em todas as disciplinas comparativamente aos beneficiários do escalão A de ASE.
A média nacional dos exames de 2024 manteve-se próxima do ano anterior (11,43 valores), mas duplicaram as escolas públicas com média negativa. Enquanto a média dos exames dos colégios subiu para 13,07 valores, a das escolas públicas desceu para 11,21, aumentando a diferença entre os dois sistemas para 1,8 valores.
Os alunos dos colégios tendem a obter notas nos exames mais próximas das atribuídas pelos professores ao longo do ano, ao contrário do que acontece nas escolas públicas, onde a diferença é maior. O Colégio de S. Tomás, em Lisboa, foi o que melhor alinhou as notas internas e dos exames, com uma diferença de apenas 0,06 valores.
As disciplinas com melhores desempenhos foram Inglês e Economia A (13,1 valores), enquanto Geografia A e Filosofia apresentaram as médias mais baixas (10,3 e 10,4 valores, respectivamente). Os dados reforçam ainda que as raparigas continuam a ter melhores resultados do que os rapazes, especialmente em disciplinas como Português e Matemática A.
A disparidade entre notas internas e exames também se reflecte no ensino público, com algumas escolas a apresentarem diferenças superiores a cinco valores. Entre os exemplos mais extremos está o Externato Álvares Cabral, em Lisboa, onde a média interna (13,97 valores) ficou 7,07 valores acima da média dos exames.
Os dados agora divulgados pelo Ministério da Educação reafirmam a influência do contexto socioeconómico no sucesso académico e mantêm a discussão sobre a equidade no ensino secundário.