A cidade de Coimbra vai dar voz às mulheres durante o mês de Abril, com uma iniciativa que inclui 16 actividades, que irão decorrer em oito equipamentos, na rua e numa escola.
“Serão 16 actividades que vão dar voz às mulheres, através de uma programação diversa e inclusiva. Digo diversa porque vamos ter teatro, cinema, artes plásticas, música, fotografia e conversas sobre livros e outros temas interessantes e actuais; e digo inclusiva porque parte substancial destas propostas são de entrada livre”, destacou Margarida Mendes Silva, autora do projecto “Abril no Feminino”.
A quarta edição de “Abril no Feminino”, com produção da Cultura e Risco – Associação Cultural, irá decorrer de 3 a 30 de Abril, em distintos equipamentos culturais e espaços relevantes do património histórico de Coimbra.
Durante a conferência de apresentação do projecto, que decorreu esta quinta-feira, no Museu Municipal de Coimbra, Margarida Mendes Silva explicou que dará inicio à programação a inauguração da exposição “O Vaguear do Olhar”, com curadoria de Ana Antunes, no dia 3 de Abril.
“Esta mostra vai cruzar colecções que são pertença do Município de Coimbra e da Colecção AA [Ana e António], partindo de um desafio que começou por ser o de dar relevo e visibilidade à produção de mulheres artistas. É uma proposta que vai surpreender a cidade”, acrescentou.
Patente no Museu Municipal de Coimbra – Edifício Chiado até 13 de Julho, nela podemos encontrar “diálogos improváveis através de pintura, desenho, escultura, vídeo, instalação e fotografia, representadas por 40 obras”, de mais de três dezenas de autoras.
No dia 4 de abril, a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra acolhe a conversa “Isabel de Aragão, Rainha de Portugal: mulher e cidadã”, com os professores universitários António Rebelo e Maria José Azevedo Santos a darem a conhecer o seu papel diplomático e o seu lado empreendedor.
Já para o dia 5 foram agendados três momentos distintos, na Baixa de Coimbra, para celebrar os 10 anos da classificação do Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
A manhã começa com a inauguração da exposição de fotografia “10 Anos de Cante”, da fotojornalista Ana Baião, que estará patente em montras de lojas aderentes; seguindo-se a apresentação do livro com o mesmo nome no Museu Municipal e, depois, o som do Grupo Coral Feminino As Ceifeiras de Pias, no Arco de Almedina.
As duas iniciativas da tarde decorrem nas Piscinas do Mondego, com uma conversa com a intérprete, autora e compositora Márcia, cabendo depois a João Gobern assumir a sessão “Tudo Menos Futebol”, em que oferece duas horas de música com uma selecção de canções com vozes femininas.
O Teatro Académico de Gil Vicente acolhe um ciclo de cinema nos dias 8, 15, 22 e 29, com uma selecção de filmes que evocam as artistas Maria Helena Vieira da Silva e Paula Rego e recordam as lutas das mulheres portuguesas durante a ditadura.
No dia 11, o Teatro Meridional traz ao Convento São Francisco a peça “Kiki Van Beethoven”, de Eric-Emmanuel Schmitt, numa encenação de Natália Luiza e interpretação de Teresa Faria.
Para o dia seguinte está prevista a conversa “Idadismo. Vamos ou ficamos? Ficamos”, com Cristina Robalo Cordeiro, Maria Manuel Leitão Marques, Rosário Gama e Teresa Mendes; enquanto no 23 é apresentada a obra “As Revolucionárias. Doze Mulheres Portuguesas Desobedientes”, de Maria João Lopo de Carvalho, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
A educação e a sensibilização são também parte integrante do projecto, estando marcado para o dia 24, na Escola Secundária D. Duarte, a acção educativa “25 Conversas” e a apresentação do livro “25 Mulheres”, de Raquel Costa, que marcará também presença na Livraria Bruaá, no Convento São Francisco.