Festival em Montemor-o-Velho celebra o arroz e apela à partilha de lampreia

Diana Andrade, Décio Matias, Emílio Torrão e José Veríssimo

Face à escassez e altos preços da lampreia, o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho apelou à partilha daquela iguaria pelos visitantes do festival gastronómico que começa na sexta-feira naquele município do Baixo Mondego.

Na apresentação da 23.ª edição do Festival do Arroz e da Lampreia, Emílio Torrão notou, no entanto, que a gastronomia do festival não se esgota naquele peixe ciclóstomo, estendendo-se a outros pratos como enguias, peixes do rio fritos, arroz de cabidela ou arroz de feijão com pataniscas.

“O objectivo é que quem nos visita partilhe a lampreia, a lampreia é hoje um bem escasso”, disse Emílio Torrão. O autarca frisou que já em 2024 – altura em que a lampreia chegou a ser comercializada a 170 euros cada exemplar – o festival adoptou medidas para “acautelar o fenómeno desagradável que é a escassez desta iguaria”, desde a reserva antecipada das refeições à instituição de meias doses nas ementas das tasquinhas do evento, garantindo que a lampreia não faltava no prato dos visitantes, o que se mantém este ano.

Também os convidados institucionais do evento, que há uma década eram ‘presenteados’ com doses fartas de lampreia, passaram a ter disponíveis, apenas, provas de degustação, lembrou.

Embora o presidente da Câmara tenha manifestado desconhecer o preço de uma dose de lampreia no festival, indicou que será elevado face à falta de oferta e da muita procura.

Segundo dados agora disponibilizados, o preço actual da lampreia situa-se nos 130 euros, com tendência a aumentar ao longo do mês, sendo que cada exemplar dá, em média, para três doses individuais.

Refeições e animação

O Festival do Arroz e da Lampreia incorpora cinco tasquinhas de associações locais, instaladas na tenda que alberga o evento, no centro daquela vila do Baixo Mondego. Estes espaços de refeição possuem um total de 600 lugares sentados, a que se somam mais de uma centena em três petisqueiras também instaladas no recinto.

A iniciativa, que ao longo do mês tem igualmente assento em sete restaurantes aderentes de Montemor-o-Velho, decorre ao longo de seis dias (dois fins-de-semana alargados), abrindo ao público na próxima sexta-feira e estendendo-se até domingo. Na semana seguinte, o festival decorre entre os dias 21 e 23, no mesmo local.

Para além da componente gastronómica, o Festival do Arroz e da Lampreia terá diversos momentos de animação musical ao longo dos seis dias, a confecção de arroz-doce ao vivo (dias 15 e 23) ou um seminário sobre espécies invasoras em meio aquático no Baixo Mondego (dia 21), entre outras iniciativas.

As noites do festival serão animadas por Saúl e Underice (14 Março), Para Sempre Marco (15 Março), Marotos da Concertina (16 de Março), Noite Concelhia de Fado (21 Março), Mimicat e Jabalizes (22 Março) e Sax & Companhia (23 de Março).

Este ano as noites no Festival vão ser também para dançar, com DJ Machado e DJ Duarte (14 Março), Bad Monkeys e DJ Diogo Estobia (15 Março), DJ Faria (16 Março) e DJ Old Guy e DJ Carnaz (21 de Março).