China continua a confiar na Europa – diz Ministro dos Negócios Estrangeiros

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse esta sexta-feira (dia 7) que “a China continua a confiar na Europa” e acredita que a Europa pode ser um parceiro confiável, acrescentando que os dois lados podem resolver questões pendentes de forma adequada.

Wang fez esta afirmação numa conferência de Imprensa à margem da sessão da Assembleia Popular Nacional (órgão legislativo máximo do País) a decorrer em Pequim.

Observando que este ano marca o 50º aniversário das relações diplomáticas entre a China e a UE, Wang disse que, nesse relacionamento de meio século, “o aspeto mais valioso é o respeito mútuo, o impulso mais poderoso é o benefício mútuo, o consenso mais consistente e unificador é o multilateralismo e a caracterização mais rigorosa é a parceria”.

Wang referiu que, nas últimas cinco décadas, o comércio entre a China e a UE aumentou de 2,4 mil milhões de dólares (cerca de 2,21 mil milhões de euros) para 780 mil milhões de dólares (cerca de 719 mil milhões de euros). E que o investimento aumentou de quase zero para cerca de 260 mil milhões de dólares (cerca de 240 mil milhões de euros).

Declarou também que o Expresso Ferroviário China-Europa realizou mais de 100 mil viagens de carga, transformando-se numa preciosa ligação entre a Ásia e a Europa.

“Cinquenta anos depois, a China e a UE juntas representam mais de um terço da economia mundial, e a cooperação entre as duas tem um valor estratégico e uma influência global maiores”, disse Wang, acrescentando que um relacionamento saudável e estável será benéfico para as duas partes e contribuirá para um mundo melhor.

“Os dois lados têm a capacidade e a sabedoria para resolver adequadamente as questões pendentes por meio de consultas amigáveis e, juntos, dar início a outros promissores 50 anos”, acrescentou Wang.

Ministro levanta cinco questões sobre guerra tarifária e comercial dos EUA

Nesta conferência de imprensa, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês reiterou que o respeito mútuo é fundamental para o relacionamento China-EUA. E colocou as seguintes cinco questões sobre a guerra tarifária e comercial iniciada pelos EUA:

“O que é que Washington realmente ganhou com essa guerra? O défice comercial dos EUA aumentou ou diminuiu? A competitividade da indústria cresceu ou caiu? A inflação melhorou ou piorou? E, por fim, a vida dos norte-americanos está a melhorar ou a piorar?”.

Crescimento do Sul Global “é marca distinta da nossa era”

O Ministro Wang Yi (que é membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China) sublinhou também que “o crescimento do Sul Global é a marca mais distinta da nossa era”.

Lembrou que, atualmente, “a economia do Sul Global superou 40% da economia mundial e contribuiu em 80% para o crescimento de todo o Mundo, facto que tornou o Sul Global uma força essencial para defender a paz mundial, para promover o desenvolvimento de todo o globo e para aprimorar a governança mundial”.

No contexto das transformações inéditas ocorridas neste último século, as relações entre o Oriente e o Ocidente, assim como o Norte e o Sul, tiveram mudanças históricas. “Para a estabilidade e a prosperidade mundiais, a chave reside no Sul Global”, sustentou o Ministro chinês dos Negócios Estrangeiros.

Publicidade: Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China.