O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, disse ter ficado surpreendido com o veto presidencial à desagregação de freguesias, mas espera que ainda se venha a cumprir o desejo de autonomia das populações.
“Este veto acaba por nos apanhar de surpresa. Agora o processo foi devolvido à Assembleia da República e espero que esta questão seja analisada com todo o critério e que se cumpra a vontade das populações”, destacou.
Em declarações à agência Lusa, o autarca, eleito em 2021 pelo PS, sublinhou que a desagregação da União das Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira é um desejo das duas povoações.
“A comunidade deseja a sua desagregação. Historicamente Vila Franca da Beira sempre teve um espírito independente do próprio Ervedal, que era sede da União das Freguesias, e que também é favorável a esta desagregação”, acrescentou.
De acordo com José Francisco Rolo, as populações “tinham a justa expectativa que esta desagregação fosse um facto”. “E a nossa expectativa é que se cumpra a vontade e este desejo de autonomia”, sustentou.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da União das Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, Carlos Maia, afirmou que o veto presidencial “não foi visto com bons olhos”.
“Estávamos com uma certa expectativa de que este processo tivesse um final feliz, mas houve este entretanto que vem atrasar o trabalho. Este veto vem criar um imbróglio, porque fica tudo na expectativa, sem saber se isto ainda terá pernas para andar, porque os prazos são muito curtos”, alegou.
Segundo o autarca, alguns habitantes da União de Freguesias já lhe manifestaram “algum desagrado e até alguma revolta” com o veto presidencial. “Ainda não é um comentário geral, mas tenho pessoas a dizer que já nem vão votar nas eleições autárquicas. As populações criaram as suas expectativas e agora tiveram este travão do Presidente da República, que pode pôr em causa a desagregação das freguesias”, concluiu.