Coimbra  18 de Março de 2025 | Director: Lino Vinhal

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Sindicato convoca 44 dias de greve para os Transportes Urbanos de Coimbra

7 de Fevereiro 2025 Jornal Campeão: Sindicato convoca 44 dias de greve para os Transportes Urbanos de Coimbra

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local convocou 44 dias de greve para os Transportes Urbanos de Coimbra, começando já com dois dias na próxima segunda e terça-feira e aumentando progressivamente ao longo dos meses até Setembro, mês das autárquicas.

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) convocou uma greve para os trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que arranca na segunda e terça-feira, afirmou a Direcção regional, que também já marcou greve para todos os meses até Setembro, com cada mês a ter mais um dia de luta face ao anterior, culminando com nove dias de greve contínua no mês em que deverão realizar-se as eleições autárquicas.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o STAL afirma que os 44 dias de greve marcados foram decididos, tendo em conta “as promessas não cumpridas por parte do presidente da Câmara de Coimbra”.

Em causa está, sobretudo, a valorização das carreiras dos trabalhadores (os motoristas e mecânicos dos SMTUC são considerados assistentes operacionais), disse o STAL.

Na segunda-feira, pelas 15h00, os trabalhadores irão em desfile até à Câmara de Coimbra, onde entregarão uma cópia de um abaixo-assinado pela valorização da carreira e, na terça-feira, irão até Lisboa entregar o mesmo documento na residência oficial do primeiro-ministro.

Apesar de reconhecer que a reposição da carreira só pode ser cumprida pelo Governo, a dirigente do STAL Luísa Silva afirmou à agência Lusa que não tem “qualquer prova concreta” de que José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, tenha feito “algum contacto com o Governo” para resolver a situação.

Segundo a dirigente sindical, o STAL já pediu que fosse aplicado o suplemento de insalubridade, mas que ficou sem resposta, e pediu acesso à proposta que a Câmara de Coimbra fez ao actual Governo para a valorização das carreiras dos trabalhadores, mas não a recebeu.

Questionada sobre o porquê de tantos dias de greves marcados ao contrário do que aconteceu com o anterior executivo liderado pelo PS, Luísa Silva justificou que, “com o acumular do tempo os trabalhadores vão ficando saturados”, vincando que a luta seria a mesma com este ou outro autarca.

O que diz a Câmara

Em resposta escrita à agência Lusa, a Câmara de Coimbra salientou que tem dado conta pública “dos contactos mantidos com o anterior e com o actual Governo”.

Com o actual Governo, que está em funções há menos de um ano, a Câmara de Coimbra enviou em Dezembro um parecer, “relativo à consagração legal de um suplemento remuneratório a atribuir aos trabalhadores que exercem funções de agente único de transportes colectivos, que está em análise e sobre o qual também já houve contactos construtivos”.

Sobre a não aplicação do subsídio de insalubridade, o Município referiu que ficou agora concluído um parecer jurídico, que fundamenta a “impossibilidade legal de aplicação deste subsídio a trabalhadores que exercem funções de agente único de transportes colectivos”.

Na resposta, é ainda afirmado que tudo o que o presidente da Câmara de Coimbra disse enquanto candidato sobre a reposição das carreiras mantém-se inalterado, reiterando que a luta dos motoristas é justa.

Além do diálogo com o Governo, a Câmara de Coimbra afirmou que continua a desenvolver o estudo sobre uma possível empresarialização dos SMTUC (transformação em empresa municipal pública), que daria autonomia à estrutura para melhorar os salários dos trabalhadores.

A Câmara alegou ainda que o STAL não convocou “nenhuma greve” quando o executivo era liderado pelo PS, considerando que a greve agora marcada reveste-se de “alguma injustiça e extemporaneidade”, apelando a que a mesma seja desconvocada em Fevereiro.