A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia. Além disso, as mortes maternas baixaram. A informação foi, hoje (30), divulgada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição”, revelou a directora-geral da saúde, Rita Sá Machado, à agência Lusa. No que diz respeito à mortalidade infantil, a mesma responsável adiantou que há “uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”.
Os dados indicam que, após 2015, se manteve um aumento no número de óbitos maternos. O valor máximo foi verificado em 2020, – período que coincidiu com a pandemia -, em que se registaram 17 mortes. De acordo com o mais recente relatório da DGS, a maioria (51,7%) das mortes maternas, entre 2017-2021, ocorreu em mulheres com menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas ser “superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade”.
63% dos casos são abrangidos pela prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, um indicador que a DGS considera “de grande relevância”. A este propósito, o diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguindo-se a hipertensão arterial. “Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade) ”, aponta o relatório.
Mais acompanhamento
Rita Sá Machado explica que, apesar da maior parte dos óbitos ocorrer em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior. Nesse sentido, – e de acordo com a directora-geral da saúde, é necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [4estrangeiras] ”.
A DGS recomenda, por isso, a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira. Rita Sá Machado sublinha ainda que “uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhada como questões de urgência ou emergência”.
O relatório apela também a que “se assegure que uma grávida não vigiada tenha uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde”, seja qual for o trimestre da gravidez. Pede ainda que se melhore a vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida.