Na passada sexta-feira, a praia fluvial de Alcafache foi palco de um evento pioneiro em Portugal, que uniu ciência, educação e preservação ambiental. A iniciativa, liderada pela Academi@STEM Mangualde em parceria com o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), apresentou os resultados de um estudo sobre a viabilidade da (re)introdução de trutas no rio Dão, espécie que outrora habitou esta região.
Este projecto interdisciplinar envolveu alunos do 8.º ano do Agrupamento de Escolas de Mangualde e estudantes do 1.º ano da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores do ISEC. A colaboração entre níveis de ensino distintos destacou a importância de integrar conhecimento técnico e científico na abordagem de desafios locais, como o equilíbrio ambiental do rio Dão.
Coordenado por uma equipa de docentes experientes — Cristina Caridade (ISEC), Verónica Pereira (Politécnico de Viseu), Catarina Machado, Paula Almeida, Fábio Ribeiro e João Fernandes (Academi@STEM Mangualde) — o projecto demonstrou como a educação interdisciplinar pode fomentar a criatividade e a consciência ambiental. “Este é um exemplo claro de como a ligação entre o ensino básico, superior e as comunidades pode gerar soluções para problemas concretos”, afirmou a docente Cristina Caridade.
Os resultados foram apresentados à presença de representantes de instituições locais, como o director do Agrupamento de Escolas de Mangualde, Joaquim Loureiro, e o vereador da Educação, Rui Costa, sublinhando a relevância deste tipo de iniciativas para a região.
Após a sessão na praia fluvial, a delegação visitou a Escola Secundária Felismina Alcântara, em Mangualde, onde foi destacado o trabalho da Academi@STEM e do Centro de Tecnologias Educativas (CTE) de Informática. Este momento reforçou o papel transformador da educação na construção de comunidades mais resilientes e preparadas para enfrentar desafios ambientais.
A iniciativa não só promoveu a sensibilização ambiental como também incentivou o desenvolvimento de competências científicas, tecnológicas e sociais, marcando um passo importante para a conservação da biodiversidade no rio Dão e para o futuro da educação interdisciplinar em Portugal.