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Livro “Memórias seculares da família Lebre” é apresentado em Vale de Colmeias

10 de Janeiro 2025 Jornal Campeão: Livro “Memórias seculares da família Lebre” é apresentado em Vale de Colmeias

A obra “Memórias seculares da família Lebre – Do limiar em Portugal à contemporaneidade no Brasil” vai ser apresentada em Vale de Colmeias, Miranda do Corvo, no domingo, dia 12, às 15h30.

Promovida por membros da família Lebre residentes na região, a iniciativa decorrerá na sede da Associação Recreativa de Vale de Colmeias.

Editado em São Paulo, “Memórias seculares da família Lebre” é um livro de carácter histórico e genealógico concebido no âmbito de uma parceria do advogado luso-brasileiro Paulo Aparecida Lebre com o jornalista lousanense Casimiro Simões.

Em Novembro, com a presença dos autores, houve duas sessões de lançamento no Brasil, em São Paulo e Santos, com significativa adesão dos Lebre residentes no grande país lusófono e da comunidade lousanense radicada na Baixada Santista, respeCtivamente.

Segundo Casimiro Simões, que intervirá na apresentação em Vale de Colmeias, a obra “visa contribuir para um melhor conhecimento da emigração de Lousã e Miranda do Corvo para o Brasil, em especial dos Lebre, um clã numeroso espalhado pelas duas margens do Atlântico”.

No século XIX, Victorino Francisco Henriques Lebre, natural de Vale de Colmeias, foi o primeiro a partir, com apenas 15 anos. Em 1867, esteve com o antiesclavagista João Montenegro, oriundo da Lousã, onde nasceu há 200 anos, na fundação da colónia agrícola Nova Louzã, no interior do Estado de São Paulo.

O futuro Comendador Montenegro, que dá nome à Biblioteca Municipal da Lousã, iniciou a produção de café na fazenda com recurso a trabalho livre e assalariado, quando a escravatura ainda não fora abolida no Brasil, o que só aconteceu em 1888.

A sessão deste domingo, em Vale de Colmeias, é organizada por António José Lebre e Maria Isabel Lebre, ambos naturais da freguesia de Semide e Rio de Vide e que também usarão da palavra.

Com origem remota em Pereiro de Além, no actual concelho de Vila Nova de Poiares, os Lebre, nos últimos três séculos, instalaram-se sucessivamente no concelho de Coimbra, em lugares como Zorro e Boiça, e depois naquela freguesia do concelho de Miranda, residindo ainda vários na região. É o caso de Adelina Lebre Palhota, ex-diretora da Escola Secundária da Lousã.

A partir de 1867, outros fixaram-se no Brasil, designadamente em Nova Louzã, Espírito Santo do Pinhal, Campinas, Amparo, Rio Claro, Mogi Mirim e Santos, de acordo com as pesquisas de Paulo Lebre.

Além de Casimiro Simões, mais dois lousanenses participaram na produção da obra: Carlos Sêco, autor da capa, e Mariana Domingos, que assegurou a paginação.

Especialista nas artes da banda desenhada, ilustração e cartune, Carlos Sêco também vai participar no programa em Vale de Colmeias, neste caso enquanto músico.