A Câmara de Coimbra está em conversações com o Ministério das Infraestruturas e Habitação para garantir que a gare rodoviária possa ser construída em simultâneo com a Estação Intermodal, no âmbito da alta velocidade.
“Essas preocupações já foram devidamente transmitidas ao ministro das Infraestruturas e Habitação”, afirmou a vereadora com os pelouros do urbanismo e transportes, Ana Bastos, que falava aos jornalistas no final da inauguração de uma exposição na Sala da Cidade sobre o projeto da futura Estação Intermodal (no lugar da Estação de Coimbra-B) e plano para toda a zona envolvente, que se estende até Coimbra-A (também conhecida como Estação Nova).
A vereadora respondia a perguntas da agência Lusa sobre as soluções para a construção da gare rodoviária, que está prevista no Plano de Pormenor, mas cuja empreitada não está incluída no caderno de encargos da Estação Intermodal de Coimbra, no âmbito do segundo troço da Linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto, cujo concurso já foi lançado.
Para Ana Bastos, a gare rodoviária é “daquelas infra-estruturas absolutamente essenciais e que devia avançar em simultâneo com a Estação, mas não está incluída na concessão que está actualmente em andamento”.
“A Infraestruturas de Portugal [IP] considera que não é responsabilidade deles e é compreensível que não seja, mas não deixa de ser da mesma tutela. Estamos em negociações, em conversações com o Ministério”, referiu a vereadora.
A responsável acredita que o investimento previsto na gare rodoviária, projectada para o lado poente da Estação Intermodal, possa custar cerca de dez milhões de euros.
Ana Bastos aclarou que parte da rede viária prevista no plano e parte do estacionamento irão avançar com a empreitada da Estação Intermodal, no âmbito da alta velocidade, mas referiu que serão comunicadas as infra-estruturas incluídas na empreitada após a sua adjudicação.
“Há outras infra-estruturas que depois progressivamente serão da responsabilidade da Câmara de Coimbra”, adiantou.
A vereadora admitiu que, à excepção da nova ponte rodoviária (que implica a construção de uma nova ponte ferroviária), gostaria que tudo pudesse avançar “em simultâneo”, mas não é “financeiramente possível”.
Sobre a nova ponte rodoviária do IC2, prevista no Plano de Pormenor e que motivou críticas no passado, Ana Bastos referiu que a mesma está “a ser objecto de negociação de um protocolo de colaboração entre a Infraestruturas de Portugal e a Câmara”, que espera levar a breve prazo a reunião do Executivo muniicipal. Esse protocolo permitirá avançar, “desde já, com o estudo prévio”, referiu.
Sobre o Bairro da Estação – uma zona que se espera urbanizada junto à ferrovia -, a responsável disse que esses terrenos, sobretudo municipais ou do Estado, deverão ser concessionados a privados, “porque nem é o ‘core business’ de uma Câmara Municipal estar naturalmente a entrar no mercado imobiliário”.