A estação ferroviária da Lousã foi oficialmente inaugurada hoje como o novo alojamento turístico “Lousã Estação”, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e de várias personalidades do sector. O evento também contou com a participação de Luís Antunes, presidente da Câmara Municipal da Lousã, e Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal.
O projecto de reconversão da estação faz parte do programa Fundo Revive Natureza, gerido pela Fomento Fundos, e tem como objectivo recuperar patrimónios devolutos do Estado para fins turísticos. A concessão da estação foi atribuída ao empresário Fernando Pereira, representando um exemplo da valorização do património histórico alinhado com o turismo sustentável e o desenvolvimento da região.
O “Lousã Estação” oferece oito quartos de diferentes tipologias, com nomes que fazem referência à história ferroviária da região, como “chefe de estação e família”, “maquinista e família” e “guarda da passagem de nível”. O bar do alojamento também está aberto ao público. A estação, que serviu o ramal ferroviário da Lousã até à sua desactivação em 2009, agora integra o futuro projecto do Metro Mondego, que deverá passar a circular no antigo troço ferroviário.
Na cerimónia, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, aproveitou para revelar números recordes para o turismo em 2024. “Portugal vai fechar o ano com mais de 30 milhões de turistas estrangeiros, ultrapassando os 80 milhões de dormidas e atingindo mais de 27 mil milhões de euros em receitas turísticas”, disse. O governante também destacou que a região Centro tem registado um crescimento turístico significativo, acima da média nacional e que o número de dormidas deverá bater o recorde histórico de quase 8 milhões registados em 2023.
Pedro Machado sublinhou ainda que a qualificação da experiência turística será um dos maiores desafios do sector, apontando para a diversificação da oferta e a melhoria das condições de recepção dos turistas. “Este é um bom exemplo de como conseguimos articular os patrimónios do Estado com a actividade económica do turismo, criando uma oferta diversificada que atrai cada vez mais mercados internacionais”, afirmou.
O secretário de Estado também frisou a importância da descentralização e da melhoria da conectividade das regiões, destacando que a criação de infra-estruturas como o alojamento da Lousã contribui para a redução da sazonalidade e o aumento da estadia média dos turistas.
O projecto da Lousã faz parte do programa Revive Natureza, que já requalificou nove imóveis, com mais de 30 edifícios mapeados para reconversão, entre os quais alguns estão a ser adaptados para alojamento local, restauração ou espaços de ‘coworking’. A antiga estação ferroviária da Lousã, inaugurada em 1906, oferece desde Abril de 2024 uma unidade turística com oito quartos temáticos, além de cafetaria e venda de artesanato e produtos endógenos.
A estação da Lousã, que foi enriquecida com painéis de azulejos representando a história local, integra um dos projectos de maior relevância no concelho, ligando o património histórico à oferta turística actual e ao futuro Sistema de Mobilidade do Mondego, que deverá entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2025.